No acumulado janeiro/setembro de 2005, as exportações do Paraná somaram US$ 7,44 bilhões e as importações totalizaram US$ 3,47 bilhões. O superávit no período em análise foi de US$ 3,97 bilhões. As exportações paranaenses não assinalam crescimento da receita gerada relativamente ao mesmo período de 2003 (US$ 7,39 bilhões) e a participação do Estado nas exportações brasileiras caiu para 8,6% no período.

Já o agronegócio paranaense mostra uma variação negativa  de  20%, passando  de  US$ 

5,09 bilhões (jan/set2004) para US$ 4,09 bilhões (jan/set2005).

A participação do agronegócio paranaense nas exportações totais do Paraná registra queda, caindo de 69% para 55%, porquanto além do quadro de preços internacionais desfavoráveis e a desvalorização do dólar, também houve uma queda de "quantum".

Adotando o dólar médio no período analisado e transformando em real, a perda de renda assume proporções significativas. No agronegócio as perdas decorrentes da desvalorização cambial totalizaram R$ 4,9 bilhões. Nas exportações totais em razão do desempenho positivo dos setores de material de transporte, açúcar, carnes (aves, suínos) e café, essas perdas foram amenizadas, diminuindo para R$ 3,4 bilhões.

O Paraná caiu para 14% na participação das exportações do agronegócio brasileiro (US$ 32,4 bilhões) contra 17% em igual período de 2004 (US$ 29,8 bilhões), embora tenha passado para o segundo lugar no ranking dos estados principais exportadores do agronegócio, figurando logo após São Paulo, que ocupa a primeira posição.

A receita gerada no período de janeiro/setembro de 2005 é alavancada pelas exportações do complexo material de transporte, com divisas de US$ 1,98 bilhão, um crescimento de 61% em relação ao mesmo período de 2004 (US$ 1,23 bilhão). O setor assumiu a liderança dos produtos exportados pelo Paraná, passando de uma participação de 21% (2004) para 27% (2005).

O principal agregado de cadeia produtiva nas exportações do agronegócio paranaense o complexo soja (grão, farelo, óleo) registra uma queda de receita de 35%, saindo de US$ 2,65 bilhões (2004) para US$ 1,72 bilhão (2005). O volume comercializado também caiu, passando de 9,24 para 7,37 milhões de toneladas.

O setor da soja no Brasil enfrenta uma situação crítica, pela redução da renda e seus reflexos no conjunto do agronegócio, resultado da combinação de fatores, entre os quais se destacam:

• Aumento da oferta mundial e recomposição dos estoques internacionais, com reflexo nos preços;

• Taxa câmbio desfavorável às exportações.

As exportações de soja em grão geraram divisas de US$ 727 milhões, com preço médio de exportação no acumulado janeiro/setembro de US$ 218,19/tonelada, cerca de 23% inferior ao preço médio em igual período de 2004 (US$ 282,81/t). O volume exportado assinala queda de 24% quando comparado com o acumulado janeiro/setembro de 2004, passando de 4,39 para 3,33 milhões de toneladas, conseqüência dos problemas mencionados, agravados pela questão da logística. As exportações de farelo de soja somaram US$ 658 milhões - uma queda de 27 % em relação a 2004 (US$ 900 milhões. As vendas de óleo bruto de soja alcançaram US$ 255 milhões e as exportações de óleo refinado US$ 84 milhões.

As exportações de produtos florestais, englobando os setores de madeira e suas obras e papel e celulose, somaram US$ 964 milhões. O sub-setor madeira e suas obras assinalou pequena queda, passando de US$ 826 milhões contra US$ 875 milhões. O setor de papel e celulose gerou receita de US$ 138 milhões (+ 5%).

O complexo carnes (aves, bovinos, suínos e outras), segundo agregado em ordem de importância (12% das exportações do agronegócio paranaense), evoluiu 33% na geração de divisas, passando de US$ 691milhões para US$ 691 milhões para US$ 917 milhões, relativamente a igual período de 2004 e já representa 97% das exportações totais do complexo em 2004 (US$ 941milhões).

As exportações de carne de aves assinalam expansão (32%), com receita de US$ 705 milhões. As exportações de carne bovina somaram US$ 64 milhões e o volume comercializado foi de 28 mil toneladas. As exportações de carne suína cresceram 100%, de US$ 68 milhões para US$ 134 milhões.

A valorização do real ao longo de 2005 praticamente inviabilizou as exportações de milho, o que de certa forma contribuiu para que a situação de suprimento interno não tomasse maiores proporções. No Paraná foram exportadas apenas 587 mil toneladas e receita de US$ 58 milhões.

As exportações de açúcar e álcool foram de US$ 202 milhões, uma evolução de 55% em relação às exportações em igual período de 2004 (US$ 130 milhões), impulsionadas pelo crescimento nos preços.

Demais agregados: café (grão e solúvel) = US$ 175 (crescimento de 21%); couros e calçados = US$ 39 milhões (crescimento de 30%).

Em termos de blocos econômicos as exportações assinalaram o seguinte desempenho:

PARANÁ
EXPORTAÇÃO
PRINCIPAIS BLOCOS ECONÔMICOS
JANEIRO-SETEMBRO