CNA discute
aprimoramento das |
A modernização das relações de trabalho no setor rural foi tema de reunião realizada quinta-feira, 27, na sede da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) com o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho. O presidente da Comissão Nacional de Relações do Trabalho e Previdência Social da CNA, Rodolfo Tavares, explicou ao ministro as dificuldades que o empregador rural tem enfrentado nos últimos tempos devido à má-interpretação da legislação trabalhista pelos fiscais do trabalho, levando muitos produtores a serem considerados culpados por irregularidades que, na verdade, não se aplicam ao mundo rural. A CNA apresentou também uma proposta de Projeto de Lei, visando desburocratizar o contrato de curta duração, típico da área rural. Tavares alertou que transpor ao campo a legislação urbana está provocando o esvaziamento da atividade rural, reduzindo a capacidade de geração de postos de trabalho, gerando a indevida criminalização do produtor rural e, por fim, aumento de conflitos na Justiça do Trabalho. O presidente da CNA, Antônio Ernesto de Salvo, disse que há, no Brasil, pelo menos um milhão de proprietários rurais que são também empregadores rurais, mas que trabalham sob administração familiar, e que ficam sujeitos às dificuldades da interpretação da legislação trabalhista. "São pessoas, como eu, que trabalham junto com seus empregados e que não aceitam qualquer agressão à condição humana", disse Antônio Ernesto. "Vamos estudar todos esse assuntos", disse o ministro, admitindo, inclusive, a possibilidade de aprimoramento da Norma Regulamentadora nº 31 (Portaria nº 86 do MTE), que trata das condições de saúde e segurança do trabalho. "Sei que a NR 31 foi construída de forma tripartite, envolvendo trabalhadores, empregadores e Governo. Mas sei também que obras como essa podem precisar de aperfeiçoamentos. Vamos analisar essa possibilidade.", disse o ministro. A CNA alertou que a entrada em vigor da NR 31, em março deste ano, não foi clara o suficiente sobre a aplicação de diversas exigências, deixando ao fiscal a interpretação da norma. A idéia é estabelecer critérios mais rígidos para a leitura dessa legislação, evitando interpretações dúbias. Dessa forma, foi lançada a proposta de que seja construído um "Manual da Fiscalização", que subsidiaria empregados e empregadores rurais, além dos fiscais do trabalho, quando à aplicabilidade da legislação trabalhista do campo. A proposta foi bem recebida pelo ministro Marinho. A CNA apresentou ao ministro análise indicando que, no ano passado, 50,39% das autuações trabalhistas no setor rural foram preparadas com base em preceitos legais que não são aplicáveis ao trabalho no campo, mas sim ao meio urbano. |
Boletim Informativo nº
887, semana de 31 de outubro a 6 de novembro de 2005 | VOLTAR |