Transgênicos |
Governador defende
liberdade para |
O governador do Paraná e a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, que se colocam publicamente contra o uso de sementes geneticamente modificadas, entraram em contradição na semana passada, durante assinatura de um convênio para a realização da 8ª Conferência sobre Biodiversidade da ONU, que acontecerá em março de 2006, em Curitiba. Ao falar sobre a posição de seu Ministério, Marina da Silva disse que "numa democracia econômica as pessoas têm o direito de produzir da forma como querem e de consumir da forma que mais lhes interessa". A ministra defendeu a coexistência das lavouras transgênicas e convencionais no país: "Se nós podemos ter duas oportunidades, por que vamos nos fechar apenas em uma?". Curiosamente, pelo menos no discurso, as palavras da ministra coincidem com a posição defendida pela FAEP e por outras entidades do setor produtivo, de que é preciso dar liberdade ao produtor para que ele escolha o que plantar – é o mercado que deve regular a produção de soja transgênica e convencional. Ao ser confrontado com a mesma questão, o governador paranaense acabou indo contra o discurso da ministra. Ele disse que os produtores devem ter a opção de escolher o que plantar, mas não no Paraná. "Desde que esta opção não seja aqui. Você não pode misturar transgênico com não-transgênico. Num país do tamanho do Brasil, o Rio Grande do Sul já contaminou a sua soja com transgênico, a nível de 85%. Que fique o Rio Grande do Sul com o transgênico, com uma produção baixa, um preço sem-vergonha, e o Paraná com o produto convencional, tendo mercados cativos no mundo, como a União Européia. |
Boletim Informativo nº
887, semana de 31 de outubro a 6 de novembro de 2005 | VOLTAR |