Barreiras interestaduais afetam
produtores de leite no estado

O setor leiteiro foi o primeiro a sentir os reflexos da suspeita de focos de febre aftosa no Paraná. As barreiras impostas pelos estados de São Paulo e Santa Catarina impediram o escoamento do leite. Cerca de 600 mil litros por dia de leite resfriado produzido nos Campos Gerais e destinado aos laticínios de São Paulo, além da produção do sudoeste do estado que é absorvida por indústrias de Santa Catarina.

Mesmo resfriado, o produto só pode ficar estocado de 24 a 48 horas. Como as indústrias do Paraná não têm condições de processar todo esse volume de leite de um dia para o outro, a solução 

menos agressiva encontrada pelos produtores diante da situação caótica foi jogar este leite na lavoura, até porque por questões ambientais o descarte do produto tem que ter tratamento especial.

Os pequenos produtores são os mais atingidos. De acordo com Ronei Volpi, presidente da Comissão Técnica de Bovinocultura de Leite da FAEP e do Conseleite, o problema é fruto e restrições sanitárias exageradas. "Todos nós estamos cosncientes do mercado globalizado e sabemso que não podemos prescindir de qualidade e sanidade nos produtos e rebanhos. Temos que produzir alimentos seguros", afirma. Da mesma forma, Volpi defende transparência e ética nas questões sanitárias: "Temos que nos submeter às restrições impostas mas não podemos admitir retaliações sem respaldo técnico".


Boletim Informativo nº 887, semana de 31 de outubro a 6 de novembro de 2005
FAEP - Federação da Agricultura do Estado do Paraná

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