Estados do Sul mantêm veto a
Mato Grosso do Sul e vizinhos

Os estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul anunciaram que vão continuar proibindo a entrada em seus territórios de animais e produtos derivados de Mato Grosso do Sul e de Estados vizinhos ou com alguma relação comercial com a área em que houve foco da doença. A manutenção dos embargos foi decidida em reunião realizada semana passada em Florianópolis entre os secretários da Agricultura dos três estados.

A resolução foi assinada pelo então secretário da Agricultura em exercício Newton Pohl Ribas

depois da reunião que teve em Brasília com o secretário Nacional de Defesa Agropecuária, Gabriel Maciel, e secretários da Agricultura dos demais estados e divulgado pela Agência Estadual de Notícias.

Segundo a Resolução (nº 088/05), a proibição é extensiva aos estados que não tenham estabelecido restrição ao ingresso de animais do estado do Mato Grosso do Sul, onde foi detectado o primeiro foco de febre aftosa, no município de Eldorado.

Fica proibido também o ingresso de vegetais, partes de vegetais e subprodutos in natura, oriundos ou que transitem pelos municípios de Itaquiraí, Iguatemi, Japorã, Mundo Novo e Eldorado, todos do Mato Grosso do Sul.

Fica determinado ainda que sejam vistoriados e desinfectados todos os veículos procedentes do MS, bem como o rastreamento, localização e exame clínico de todos os animais suscetíveis que ingressaram no Paraná, procedentes daquele estado, nos últimos 60 dias.

Também determinou a interdição e acompanhamento das propriedades que receberam ou que tiveram contato direto ou indireto com animais vindos de Itaquiraí, Iguatemi, Japorã, Mundo Novo ou com a propriedade foco no município de Eldorado, nos últimos dois meses. Esta interdição permanecerá por 21 dias a partir da data do ingresso no Paraná ou até que a propriedade foco do estado do Mato Grosso do Sul seja saneada e desinfectada.

A resolução também determina a interdição de todos os rebanhos onde haja espécies suscetíveis à doença, localizados no raio de 25 km da propriedade foco, coletando amostragem sorológica dos animais localizados nessa área. Os animais poderão ser liberados somente para abate imediato, mediante carga lacrada e acompanhamento da mesma.

A Secretaria da Agricultura mantêm a vigilância volante e intensificada nos pontos de ingresso do estado de São Paulo, da região noroeste do Paraná, buscando desinfecção e controle de cargas oriundas do Mato Grosso do Sul e que estejam passando pelo estado de São Paulo. Vai ainda manter unidades móveis de fiscalização e desinfecção do trânsito, nas vias de acesso aos postos de fronteiras internacionais, em apoio às ações do Ministério da Agricultura.

Vacina é eficiente
contra febre aftosa

O Departamento de Saúde Animal (DSA) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento recebeu no dia 17 comunicado do Centro Pan-Americano de Febre Aftosa (Panaftosa) informando que os testes realizados na vacina utilizada na imunização do rebanho brasileiro oferece excelente proteção contra o vírus tipo "O", presente no foco de febre aftosa ocorrido no Mato Grosso do Sul. "Esse é um sinal claro da eficiência da vacina produzida no Brasil", comentou o diretor do DSA, Jorge Caetano. A informação é da Agência Brasil.

A vacina é produzida por seis laboratórios privados, com funcionamento autorizado pelo Ministério da Agricultura. "Todas as vacinas são testadas, partida por partida", esclareceu Caetano. Ela protege tanto contra o vírus tipo O, como A e C. O diretor explicou, no entanto, que a eficácia da vacina depende de fatores como a conservação e a aplicação. "Se a vacina for congelada por exemplo, perderá a eficiência".

O Panaftosa também concluiu a caracterização filogenética do vírus detectado em Eldorado (MS). Trata-se de um tipo de vírus comum na região sul-americana, ou seja, não é exótica no Brasil.


Boletim Informativo nº 886, semana de 14 a 30 de outubro de 2005
FAEP - Federação da Agricultura do Estado do Paraná

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