Sindicatos engajados fazem
campanha pelo Referendo no Oeste

Pesquisa feita pela Federação da Agricultura há poucas
semanas com produtores e sindicatos rurais paranaenses
detectou que a maioria prefere manter o direito de escolha

O Núcleo de Sindicatos Rurais do Oeste do Paraná iniciou uma etapa decisiva da campanha junto aos produtores rurais dos 28 municípios de sua região para votarem no Referendo do comércio de armas. Na semana passada, os Sindicatos Rurais de Cascavel e Toledo iniciaram a distribuição de 11 mil adesivos para carros com os dizeres “Diga NÃO ao desarmamento”.

O presidente da entidade de Cascavel, Nelson Emílio Menegatti, explica que todo o Núcleo de Sindicatos está identificado com a mobilização pelo NÃO. “Os produtores não querem a proibição do comércio de armas. Querem que fique como está”, resume.

Em Toledo, a distribuição do adesivo foi iniciada durante a ExpoToledo, a grande mostra do agronegócio regional visitada por milhares de pessoas. A entrega do material prosseguirá dentro dos prazos concedidos pela legislação eleitoral. O Referendo sobre o Comércio de Armas será realizado dia 23 de outubro em todo o território nacional.

Pesquisa feita pela Federação da Agricultura há poucas semanas com produtores e sindicatos rurais paranaenses detectou que a maioria prefere manter o direito de escolha, e vai responder “Não” à pergunta:
“O comércio de armas de fogo e munição deve ser proibido no Brasil? ”

Ágide Meneguette, presidente da FAEP, diz que não pode aceitar que os produtores rurais, que moram isolados, sujeitos à ação de delinqüentes, sejam proibidos de usar armas para se defenderem.

“A forma radical como formulado o referendo não dá ao produtor rural e mesmo ao cidadão urbano indefeso outra alternativa. A questão é a liberdade de escolha do cidadão. Defender o desarmamento dos cidadãos é um ato de extrema irresponsabilidade. Enquanto que praticamente nada é feito em termos de uma efetiva reforma da segurança pública tanto nacional como estadual, cria-se uma cria-se uma grande farsa, como se discursos e demagogia fossem capazes de assegurar a integridade de cada um.

Sem segurança pública não se pode negar ao cidadão o direito de se defender armado contra o crescente índice de criminalidade. Diariamente se lêem nos jornais, se escuta no rádio, se assiste nas televisões casos escabrosos de violência perpetrados por criminosos e até por policiais que deveriam defender a sociedade.

Ora, a função do Estado é assegurar aos seus membros a paz pública, sem a qual, a vida, a integridade física e do patrimônio estão ameaçadas. O que percebemos em nosso país é o desenvolvimento da segurança privada, que só está ao alcance das pessoas com recursos.

Não há pessoa que não tenha enfrentado uma situação de perigo ou não tenha um familiar seu assaltado, agredido e ameaçado na sua integridade. A violência no campo é uma constante. Produtores rurais são assaltados, roubados, seqüestrados sem que seus algozes sejam identificados e punidos. Tirar a arma do cidadão, mormente daquele que vive no campo, no ermo, sem socorro, é facilitar a vida de bandidos porque esses não precisam do comércio legal para terem acesso ao que há de melhor em armamentos.

Portanto, o cidadão deve ter o direito de escolher se quer ou não comprar sua arma. Por tudo isso, a FAEP recomenda a seus filiados um voto “Não” no Referendo do Comércio de Armas”.
 


Boletim Informativo nº 885, semana de 17 a 23 de outubro de 2005
FAEP - Federação da Agricultura do Estado do Paraná

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