Brasil envia missão à OIE para
explicar foco de aftosa no MS

Plenário da Organização Internacional de Epizootias (OIE) em Paris, FrançaUma missão do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) participou da reunião da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) na última sexta-feira (14/10) para explicar as ações adotadas pelo Brasil para combater o foco de febre aftosa. A informação é do presidente do Fórum Nacional dos Órgãos Executores de Defesa Agropecuária e diretor-geral do Instituto Mineiro de Agropecuária, Altino Rodrigues Neto, após participar de encontro com o secretário de Defesa Agropecuária, Gabriel Alves Maciel, e representantes dos governos de São Paulo, Mato Grosso e Goiás.

“Discutimos pontualmente o foco de aftosa do Mato Grosso do Sul”, disse Rodrigues Neto. O governo pretende reverter a resolução da OIE que exclui da área livre de aftosa com vacinação Minas Gerais, Bahia, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Tocantins e Sergipe, além do próprio MS. “Mostramos aos países membros da OIE que as distâncias entre o MS e os outros estados não justificam medidas generalizadas em relação ao Brasil.” A missão é chefiada pelo coordenador-geral de Combate a Doenças do Departamento de Saúde Animal, Jamil Souza.

O presidente do Fórum Nacional de Órgãos Executores de Defesa Agropecuária, formado pelo Mapa e por representantes dos estados, confirmou ainda que a carne bovina brasileira já enfrenta restrições no comércio mundial. A União Européia suspendeu as importações procedentes do MS, SP e Paraná, enquanto que a Inglaterra deixou de comprar o produto proveniente do MS e PR. Já Israel e a África do Sul fecharam seus mercados para toda a carne bovina produzida no país. Rodrigues acredita, porém, que a ida da missão do Mapa à OIE deverá reverter a situação.

Em nota divulgada ao final da reunião na Secretaria de Defesa Agropecuária, o fórum informa que o Mapa determinou a interdição do trânsito de animais, produtos e subprodutos dos municípios de Eldorado, Itaqueraí, Japorã, Iguatemi e Mundo Novo. “As medidas de biossegurança adotadas na região para evitar a disseminação da doença são consideradas suficientes”, diz o texto da nota. Três epidemiologistas – um de MG, outro de GO e um terceiro do MT – estão viajando ao município de Eldorado para ajudar nas investigações que visam identificar a origem do foco.

O foco foi detectado na fazenda Vezozzo e quase 600 animais foram sacrificados. Assim que a doença foi constatada oficialmente, por intermédio de exame de amostras no Laboratório Nacional Agropecuário (Lanagro), o Mapa comunicou o caso à OIE, aos países vizinhos e aos mercados compradores de carne bovina brasileira.
 


Boletim Informativo nº 885, semana de 17 a 23 de outubro de 2005
FAEP - Federação da Agricultura do Estado do Paraná

VOLTAR