Referendo do desarmamento

* Ágide Meneguette

"Quando todas as armas forem propriedade do governo e dos
bandidos, estes decidirão de quem serão as outras propriedades."

Benjamin Franklin (*1706+1790)

No próximo dia 23 a nação será chamada a dar sua posição a respeito do referendo do desarmamento. Será decidido se o cidadão terá ou não direito de comprar livremente sua arma. Preocupada com a grave crise de segurança em nosso Estado e no país em geral, a Federação da Agricultura do Estado do Paraná fez uma consulta à diretoria plena, aos sindicatos rurais e aos empreendedores rurais para obter uma posição de seus representados.

A quase unanimidade dos pronunciamentos foi pelo "Não" ao desarmamento. Apenas algumas manifestações em favor do "Sim" mas com a ressalva de que é necessário haver segurança pública, mais policiais nas ruas e no meio rural.

A posição da FAEP passa a ser, portanto, favorável ao "Não" porque não pode aceitar que os produtores rurais, que moram isolados, sujeitos à ação de delinqüentes, sejam proibidos de usar armas para se defenderem. A forma radical como formulado o referendo não dá ao produtor rural e mesmo ao cidadão urbano indefeso outra alternativa.

A questão é a liberdade de escolha do cidadão. Defender o desarmamento dos cidadãos é um ato de extrema irresponsabilidade. Enquanto que praticamente nada é feito em termos de uma efetiva reforma da segurança pública tanto nacional como estadual, cria-se uma grande farsa, como se discursos e demagogia fossem capazes de assegurar a integridade de cada um.

Sem segurança pública não se pode negar ao cidadão o direito de se defender armado contra o crescente índice de criminalidade. Diariamente se lêem nos jornais, se escuta no rádio, se assiste nas televisões casos escabrosos de violência perpetrado por criminosos e até por policiais que deveriam defender a sociedade.

Ora, a função do Estado é de assegurar aos seus membros a paz pública, sem a qual a vida, a integridade físicca e do patrimônio estão ameaçadas. O que percebemos em nosso país é o desenvolvimento da segurança privada, que só está ao alcance das pessoas com recursos.

Não há pessoa que não tenha enfrentado uma situação de perigo ou não tenha um familiar seu assaltado, agredido, ameaçado na sua integridade. A violência no campo é uma constante. Produtores rurais são assaltados, roubados, seqüestrados sem que seus algozes sejam identificados e punidos. Tirar a arma do cidadão, mormente daquele que vive no campo, no ermo, sem socorro, é facilitar a vida de bandidos porque esses não precisam do comércio legal para terem acesso ao que há de melhor em armamentos.

Portanto, O cidadão deve ter o direito de escolher se quer ou não comprar sua arma. Por tudo isso, a FAEP recomenda a seus filiados um voto "Não" no plebiscito do Desarmamento.

* Ágide Meneguette é
Presidente da Federação da Agricultura do Estado do Paraná


Boletim Informativo nº 884, semana de 10 de 16 de outubro de 2005
FAEP - Federação da Agricultura do Estado do Paraná

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