A
cadeia do leite foi o alvo escolhido pelas instituições que
compõem o sistema S para a implantação de um programa
conjunto de qualificação dos profissionais envolvidos em
diferentes elos do processo que compreende da produção à
entrega do produto ao consumidor. Na quinta-feira, 22 de
setembro, um seminário de sensibilização realizado em
Curitiba, marcou início do programa de qualificação na
distribuição do leite pasteurizado na região metropolitana de
Curitiba. O projeto é pioneiro e inédito no Brasil e vai
treinar 150 profissionais autônomos e empregados responsáveis
pela distribuição de leite pasteurizado da Batávia, Frimesa,
Lacto Bom e Qualität em Curitiba e RMC.
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Ação conjunta deve
permitir qualificação profissional desde a fazenda até a mesa
do consumidor
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O
programa será desenvolvido de forma integrada entre as
entidades do sistema para a realização cursos. A idéia é
diagnosticar e solucionar os gargalos existentes na
distribuição do leite pasteurizado na região. Os conteúdos
vão abordar assuntos como: conhecimento do produto e seu
manuseio no campo, na indústria e na expedição,
comercialização e técnica de vendas, merchandising, maneiras
de condução do veículo e empreendedorismo. A Batávia, uma
das empresas que aderiram ao programa, aposta na capacitação
de seus terceirizados para potencializar as vendas de leite
pasteurizado. Segundo o gerente regional de vendas da empresa,
Mario Luiz Brognoli, é preciso uma logística ágil no
transporte do produto já que ele é perecível e distribuído
diariamente. "Precisamos de uma cadeia de distribuição
muito efetiva, a meta é aperfeiçoar as pessoas para contribuir
nessa tarefa que necessita cuidados especiais". Hélio
Correia, diretor comercial da Qualität reforça que a
expectativa, além da qualificação é de entrosamento dos
profissionais envolvidos e reciclagem constante: "O
aprendizado acontece pela repetição".
O
início do curso para os motoristas está marcado para 29 de
setembro. Os participantes do programa serão treinados por
técnicos do SENAR-PR, SENAT, SENAC, SENAI e SEBRAE. As aulas
vão acontecer todas às quintas-feiras, das 16 às 20 horas.
Serão quatro módulos: dois ministrados pelo SENAC, um pelo
SENAT e um pelo SENAI/ SENAR-PR. Os módulos terminam no dia 24
de novembro e depois os interessados poderão participar de um
treinamento sobre empreendendorismo promovido pelo
SEBRAE."O grande objetivo é melhorar a viabilidade
econômica da atividade, capacitando os motoristas não só para
fazerem o transporte adequado, mas para conhecerem as outras
etapas do processo", esclarece o diretor do SENAT de
Curitiba, Eurípedes Smaniotto. Helio Cadore, superintendente do
SEBRAE-PR, destaca a importância de uma ação como esta na
cadeia do leite: "Toda a cadeia tem de funcionar de maneira
integrada porque é um produto, no caso do leite, que tem um
valor agregado pequeno e se você não tiver ganhos de escala
você acaba jogando fora o lucro para que os diversos atores
sejam bem remunerados".
O
superintendente do SENAR-PR, Ronei Volpi, explica que são três
experiências piloto sendo desenvolvidas em diferentes elos da
cadeia. Da mesma maneira que em Curitiba o foco é a
distribuição do leite pasteurizado, no sudoeste do estado, a
demanda identificada se concentra em pequenos laticínios. Na
região existem pelo menos 50 pequenos laticínios que trabalham
com pouca tecnologia, pouco marketing, pouco apelo comercial e
que, a partir desta ação integrada, terão a oportunidade de
aderir a treinamentos de qualificação profissional. Outra
experiência piloto acontece em uma grande cooperativa. A eleita
foi a Confepar, em Londrina, que além de trabalhar com vários
produtos lácteos também produz leite em pó para exportação.
Volpi
conta que o terceiro ponto, que trata da distribuição do leite
pasteurizado, foi uma provocação da própria cadeia produtiva:
"As cinco principais empresas distribuidoras de leite de
Curitiba conjuntamente vieram nos solicitar a capacitação
profissional de seus vendedores, distribuidores e
motoristas", e ressalta: "O aspecto principal para o
sistema S é que é uma experiência de trabalho conjunto, para
que dentro de uma cadeia produtiva se possa fazer um trabalho de
qualificação profissional desde a fazenda até a mesa do
consumidor", reforça. |