O Programa Arenito Nova Fronteira, que desde 2001 vem mudando a economia da região Noroeste do estado pelo apoio ao consórcio lavoura-pecuária deverá ser renovado pelo Governo Federal. Um protocolo de intenções para renovação do contrato foi assinado pelo vice-presidente de Agronegócios do Banco do Brasil, Ricardo Conceição (29/09), durante solenidade no Centro Cultural Umuarama.

Conceição anunciou a investimentos de R$ 4,585 milhões para financiamento de custeio na

Solenidade do Programa Arenito Caiuá

em Umuarama no ao passado

agropecuária do Paraná na safra 2005/063, contra R$ 4,332 milhões no ano passado. Para o

Projeto Arenito Caiuá ele garantiu R$ 280 milhões, totalizando uma aplicação de R$ 1, 60 bilhão, desde o lançamento do programa em 2001.

O clima em Umuarama, no entanto, não foi de otimismo em relação às políticas do Governo Federal. O presidente da FAEP, Ágide Meneguette, elogiou os esforços de Ricardo Conceição e a parceria do Banco do Brasil. Contudo, lamentou o momento difícil da agricultura paranaense por culpa do clima, que secou lavouras e provocou uma grande quebra de produção. "Culpa também", disse Meneguette, "e mais grave ainda, do Governo Federal, que não atende nossas reivindicações em tempo hábil e quando o faz, comete trapalhadas que praticamente inviabilizam o socorro que ele pretendeu prestar".

Prova eloqüente disso, segundo o presidente da FAEP, são as regras estabelecidas para os refinanciamentos das dívidas dos produtores em relação aos fornecedores de insumos. "Ainda agora produtores estão colhendo uma nova safra de trigo e enfrentando problemas semelhantes aos da safra passada: não há mercado, os preços estão baixos demais e a culpa, novamente, é deste câmbio que deprime o valor da nossa produção e a falta de mecanismos eficientes para dar sustentação aos produtores. Na hora de plantar, o Governo incentiva. Na hora de colher e produtor fica à deriva", afirmou.

Meneguette classificou a política cambial do Governo de "desastrosa", por que derruba os preços pagos aos produtores rurais brasileiros, mesmo quando os preços internacionais estão atraentes. Outro erro, segundo ele, está na manutenção de uma política de juros altos, ao mesmo tempo em que o Banco Central é obrigado a desenvolver praticamente isolado uma política de contenção inflacionária, "enquanto o Governo Federal se esbalda em gastanças de resultados para lá de duvidosos".

Meneguette concluiu dizendo que não culpa "o Banco do Brasil pela forma pouco eficiente com que o Governo vem tratando o endividamento rural, porque, se dependesse do banco, a solução seria outra, provavelmente uma solução eficaz". Ele alertou que não é só o produtor rural que está sofrendo com essa paralisia nas ações oficiais. "Todos os setores estão sofrendo. Toda a sociedade sofre e já demonstra o seu desencanto em relação ao Governo porque dele espera muito pouco ou quase nada".

Histórico - Na última safra (2003/2004) foram alocados R$ 225 milhões para o Programa Arenito Nova Fronteira, sendo R$ 91 milhões de recursos destinados a investimento e R$ 34 milhões para comercialização. Desde 2001 a região já recebeu R$ 534 milhões. Através da integração soja/pecuária, o programa Arenito tem ajudado a recuperar a qualidade dos solos, a renda dos agricultores e a produtividade da pecuária.

Além da presença de Ricardo Conceição, a assinatura do protocolo de intenções para renovar o programa Arenito Nova Fronteira contou também com a participação do vice-governador e secretário da Agricultura, Orlando Pessuti; do presidente da FAEP, Ágide Meneguette; do superintendente estadual do PR/Banco do Brasil, Edemar Mombach; do delegado Federal da Agricultura, Valmir Kowalewski de Souza; do superintendente do SEBRAE, Hélio Cadore; do prefeito de Umuarama, Luiz Renato Ribeiro de Azevedo, dos presidentes do Sindicato Rural de Umuarama, Renato Fontana, e da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Paraná, Ademir Mueller, entre outras autoridades.