Produtor rural tem que dominar
 tecnologia para ser competitivo



Reunião da comissão técnica de grãos da FAEP

A questão do uso da biotecnologia na agricultura fez parte da pauta de discussão da reunião da Comissão Técnica de Grãos/Financiamento da Produção e Proagro realizada no último dia 19, na FAEP. Na abertura, o presidente da FAEP, Ágide Meneguette, comentou o quanto produtores podem perder em competitividade caso não se adaptem às novas tecnologias. Meneguette aproveitou a oportunidade para ressaltar as medidas que a Federação vem tomando no sentido de garantir o escoamento da safra de soja transgênica no Paraná.

Na seqüência, relato feito pelo produtor e vice-presidente da comissão Anton Gora que esteve em viagem técnica aos Estados Unidos entre os dias 27 de agosto e 08 de setembro deu conta da situação da soja e milho naquele país, além de fazer uma análise das tendências das tecnologias utilizadas nas culturas.

De acordo com Gora, estão para ser lançados cultivares de soja e milho resistentes à seca, milho com capacidade de sintetizar nitrogênio, milho com alto teor de lisina ( um dos dez aminoácidos essenciais, o que requer menor quantidade deste milho na composição da ração), soja sem gordura trans e com Omega 3, culturas resistentes a insetos, entre outras. As medidas melhoram a produtividade das culturas que também devem ter sua área de produção aumentada por meio da incorporação de áreas que hoje são marginais. Outro ponto observado pelo produtor é que mesmo com a tendência em se aumentar a área ocupada por milho, isso não significa diminuição na área de soja. "Tudo isso vai fazer com que a nossa capacidade competitiva diminua", avalia Gora.

O produtor avalia que o caminho para a agricultura brasileira continuar tendo espaço no mercado passa necessariamente pelo uso da biotecnologia, principalmente no que diz respeito à resistência a doenças. "Também precisamos estimular as entidades de pesquisa e universidades para que dominem a biotecnologia. Penso que se não tomarmos essas medidas, além de outras, em pouco tempo não seremos mais competitivos", conclui.

Royalties - O tema transgênicos continuou em pauta. O presidente da Comissão Técnica de Grãos, Ivo Arnt Filho, apresentou um resumo da reunião organizada pela CNA em agosto para discutir cobrança dos royalties e da taxa de utilização de tecnologia pela Monsanto. Ele destaca que a FAEP defende o pagamento dos royalties na semente. "Quando você compra semente certificada, você paga de R$ 0,50 por quilo para a Monsanto. Quando você usa semente salva, você paga 2% do valor da venda referente à taxa de uso de tecnologia", explica. De acordo com o presidente da Comissão, ao defender o uso de semente certificada, a Federação está defendendo o fortalecimento do sistema sementeiro e de pesquisa no país.

Sobre outro evento que reuniu países produtores de soja do Mercosul, Arnt relatou a preocupação dos representantes do Brasil, Argentina, Paraguai, Bolívia e Uruguai em relação ao preço do produto e excesso de oferta. Os cinco países juntos são responsáveis por 60% do volume mundial de soja.


Boletim Informativo nº 882, semana de 26 de setembro a 2 de outubro de 2005
FAEP - Federação da Agricultura do Estado do Paraná

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