| Espaço do |
Empreendedora de Araruna é
exemplo de otimismo e persistência
A produtora rural Francisca Nunes
Alves no curso de compotas, em sua
propriedade e em evento do PER
Há 40 anos a produtora rural Francisca Nunes Alves vive no município de Araruna. Junto com o marido, Vivaldo Silvestre Alves, ela se dedica a atividades que envolvem do cultivo de frutas à produção de doces e compotas na Chácara Paraíso, propriedade de um alqueire e meio no bairro Pinheirão. Dona Francisca lembra que boa parte desse tempo ela passou em sala de aula, onde costumava a dar aulas em escola rural para turmas com mais de 100 alunos, e era encarregada de fazer a merenda escolar. Depois que se aposentou, há 17 anos, a produtora foi vítima de um erro médico que a levou a um quadro de depressão profunda e foi nos cursos de formação profissional rural oferecidos pelo SENAR-PR em parceria com o sindicato rural que ela voltou a achar motivação em sua rotina diária. Com o apoio do marido, fez uma série de cursos de formação profissional rural, entre os quais plasticultura, derivados do leite, pescado, compotas e conservas vegetais. Esse último deu origem à |
pequena fabrica de doces e compotas que a produtora mantém. Ele lembra que começou a fazer degustação dos doces em locais públicos e hoje já comercializa no comércio de Araruna e Campo Mourão. "Tudo de bom que está acontecendo na minha vida tem a ver com isso (os cursos). Não há dinheiro que pague essa felicidade", comenta dona Francisca.
No ano passado a produtora decidiu integrar uma das turmas do Programa Empreendedor Rural. Na fase um, desenvolveu projeto que previa implantação de uma estufa para cultivo de pepinos e irrigação de toda a chácara por meio de poço artesiano: " Primeiro pensei em trabalhar com os doces mas com a análise FOFA (pontos fortes, pontos fracos, oportunidades e ameaças) cheguei à conclusão que temos terra boa, nos faltava água". O projeto está sendo implantado ao mesmo tempo em que dona Francisca trabalha no desenvolvimento de um outro projeto, desta vez de caráter associativo, parte da proposta da Fase três do PER. "É a construção de uma estufa mas em comunidade. O dinheiro conseguido com a venda dos produtos produzidos ali vai ser dividido entre as famílias que participarem do projeto", explica.
O ritmo de trabalho anda tão intenso que dona Francisca e o marido já planejam contratar ajudantes a partir de janeiro. Como se não bastasse o dia-a-dia agitado, a produtora ainda é presidente da Associação de produtores do bairro. No papel de liderança local, vem incentivando a promoção de cursos profissionalizantes no meio rural: "Agora mesmo agendei curso de cultivo do morangueiro para a comunidade", conta.
Dona
Francisca também foi escolhida durante o Fórum Futuro10 em Maringá, para
ser a representante regional no tema agronegócio na etapa estadual do
fórum que será realizada em Curitiba em novembro e diz que pretende estar
bem preparada para a tarefa: "Eu tenho lido muito sobre o agronegócio
e tenho boas expectativas do resultado do fórum". A produtora afirma
que mesmo depois de sair da sala de aula continua aprendendo muito: "O
conhecimento que adquiri no nosso dia-a-dia, na associação, nos cursos e
reuniões que participo é muito bom", conclui.
Boletim
Informativo nº 881, semana 19 a 25 de setembro de 2005 | VOLTAR |