Conseleite aponta estabilidade de preços para setembro |
|
Desde maio, quando o valor de referência do leite padrão apontado pelo Conseleite atingiu o maior valor do ano – R$ 0,51/litro(entre R$ 0,46 e R$ 0,58 conforme parâmetros de qualidade), a curva de preços é descendente. Em junho o valor de referência foi R$ 0,48 (entre R$ 0,43 e R$ 0,55), caindo para R$ 0,45 (entre R$ 0,41 e R$ 0,52)em julho e R$ 0,42 *(entre R$ 0,38 e R$0,48) em agosto, uma queda de 19% em 4 meses, justamente no período da entressafra que é quando os preços deveriam subir. Hoje, para adquirir 1 litro de óleo diesel o produtor tem que vender de 4 a 5 litros de leite, reflexo da maior queda de preços dos últimos 5 anos. Porém, a situação começa a virar, conforme dados apresentados na reunião do Conseleite realizada em 13 de setembro, quando os participantes receberam, com alento, a tendência de estabilidade de preços para o mês de setembro. Ronei Volpi, produtor presidente do Conseleite declarou que "não é a situação de preços almejada pelos produtores, que vêm investindo pesado para uma melhoria contínua da matéria- prima. Porém, o estanque na queda dos preços dá um certo ânimo para continuar produzindo, mesmo que, nesse momento, os preços não cubram os custos de produção" Para setembro, conforme dados de comercialização dos primeiros 10 dias do mês, dos derivados no atacado, o Conseleite projeta valor de R$ 0,4213 (entre R$ 0,383 e R$ 0,4845) por litro de leite padrão, contra R$ 0,4211de agosto. Esses valores refletem a situação real atual de mercado que, pela metodologia Conseleite, é o balizador dos preços da matéria- prima. Portanto, não há justificativa para que os preços continuem em queda, nem mesmo que os produtores recebam valores inferiores aos indicados, como vem ocorrendo em algumas regiões do Estado. Uma notícia alentadora é que, em agosto o Brasil voltou a exportar lácteos em volumes maiores que as importações, refletindo o amadurecimento do setor que, mesmo numa situação cambial desfavorável, vem mostrando-se presente no mercado mundial, já tendo entendido que esse é um mercado em que só tem vez os países que comprovem seriedade com seus compromissos, mesmo que em determinadas ocasiões o lucro seja mínimo, ou até negativo, como ocorre atualmente com a atual situação cambial. A recuperação das exportações tende a evitar que os preços continuem em queda à medida que diminui a oferta no mercado interno, prática que vem sendo reforçada por ações das indústrias que atuam no mercado interno, que vêm direcionando a matéria- prima para a produção de derivados de maior valor agregado e maior tempo de estocagem - como queijos -, e diminuindo a produção de leite longa vida, cuja pressão de oferta tem efeito imediato na queda de preços às indústrias e aos produtores. É expectativa de todo o setor, que o esforço de incrementar as exportações, o esforço de produzir matéria- prima de qualidade compatível com as exigências dos importadores e o conjunto queda de juros-recuperação do dólar, traga a recuperação que a atividade necessita para que haja remuneração para todos. |
|
Boletim Informativo nº
881, semana de 19 a 25 de setembro de 2005 | VOLTAR |