Comercialização da soja se mantém em ritmo lento na safra 2004/05
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A comercialização da soja na safra 2004/05 mostra um ritmo mais lento em relação à safra passada, haja vista a queda das cotações na Bolsa de Chicago e a valorização do real frente ao dólar, resultando em preço pouco atrativo para o produtor. De acordo com Safras & Mercado, até fins de agosto cerca de 77% da safra brasileira estava comprometida (38,8 milhões de toneladas), número abaixo da média do período de 81%. No Paraná apenas 60% da safra (5,65 milhões de toneladas) foi negociado sendo que em anos anteriores a média do período foi de 75%. Nos demais estados produtores observa-se desempenho semelhante: Mato Grosso do Sul (75%); Goiás (77%); Minas Gerais (80%) e Rio Grande do Sul (78%). Os preços internacionais já assinalavam tendência de queda em razão da safra recorde norte-americana em 2004 e as estimativas de produção elevada na América do Sul conduziram a um quadro de preços baixos na Bolsa de Chicago. Em março, período de colheita no Brasil as cotações na Bolsa de Chicago eram de US$ 13,99/saca, um preço acima da média histórica de US$ 12,00/saca, porém na converção em reais o preço é desfavorável ao produtor. As notícias de perda na safra brasileira de soja e as condições climáticas adversas no Meio-Oeste dos Estados Unidos, principal região produtora possibilitaram uma recuperação nos preços internacionais nos meses de maio, junho e julho, quando alcançaram US$ 14,00/saca, US$ 15,29 e US$ 15,18/saca, respectivamente. A partir de agosto, o clima favorável, com ocorrência de chuvas no Meio-Oeste as cotações assinalaram quedas sucessivas, caindo para US$ 13,06/saca. As primeiras estimativas do Departamento de Economia Rural (DERAL) para a safra 2005/06 apontam redução da área plantada com soja e aumento da área plantada com milho, sinalizando que o produtor está migrando para o milho. A relação de preços soja x milho de 1,83 (menor que duas sacas de soja por uma de milho), explica o crescimento da área de milho. Às vésperas do plantio da safra de verão, os produtores enfrentam uma situação crítica, com perdas duplas (queda de produtividade e consequentemente, aumento do custo de produção), além dos impactos negativos na sua capacidade de pagamento e da escassez de recursos com juros controlados para custeio da safra 2005 / 2006. |
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Boletim Informativo nº
880, semana de 5 a 11 de setembro de 2005 | VOLTAR |