O porto é nosso, mas tem que ser bem administrado
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O deputado Valdir Rossoni, que foi presidente da CPI que investigou irregularidades no Porto de Paranaguá, ironizou a campanha lançada pelo Governo do Estado cujo slogan é "O Porto é Nosso!". "Não é preciso gastar dinheiro público com esta campanha", disse Rossoni, por que "todos defendemos o porto administrado por paranaenses". Rossoni disse que o Governo do Estado tenta confundir a população falando em privatização do porto, quando o que se pretende é simplesmente uma auditoria para corrigir os problemas e apurar responsabilidades. O deputado Elio Rusch confirmou a denúncia de Ricardo Barros, de que o governo trabalha com dois pesos e duas medidas. Intervém na Ferropar alegando péssima manutenção e má administração, que resultaria em riscos de acidentes – mas o mesmo raciocínio não vale para o porto, apesar das inúmeras irregularidades já apontadas. O presidente da FAEP, Ágide Meneguette, também critica a tentativa da APPA e do governo estadual de distorcer o foco do debate. "A FAEP não é a favor da federalização do porto, como quer fazer crer o governo do Estado. Todos querem que o porto continue sendo administrado pelo Estado, mas bem administrado". Meneguette destacou que os 700 produtores que compareceram à audiência pública representam milhares de outros que não suportam mais prejuízos causados pela ineficiência do porto de Paranaguá. "Na última safra o País perdeu 1 bilhão de dólares como prêmio negativo pelos custos operacionais de Paranaguá". "Agora estamos plantando mais de três milhões de sacas de soja transgênica, e, se continuar este imbróglio no porto, o caos estará instalado e o produtor rural vai arcar com um prejuízo muito grande", disse ele. "O que nós queremos é resolver o problema. Se o estado não quer resolver, então temos que solicitar ao poder concedente, que é o Governo Federal, para que tome as providências e para que se cumpra a lei federal que permite o transporte dos transgênicos pelo porto. Queremos a liberdade para plantar e para exportar", afirmou o presidente da FAEP. O prefeito de Paranaguá, José Baka, disse na tribuna que o superintendente Eduardo Requião assumiu o porto em 2003 em plena ascensão, e agora administra um terminal em declínio. Ele denunciou também que "nenhuma obra do Porto está regularizada na prefeitura" – o que confirma o estilo de administração que pouco se importa com a legislação, seja federal, estadual ou municipal. O deputado Plauto Miró disse que Eduardo Requião, mais uma vez, não explicou o desvio de 1,6 mil toneladas de soja dos silos públicos, o que representa um prejuízo de cerca de R$ 1 milhão. "Desde o ano passado, quando da instalação da CPI do Porto na Assembléia, estamos buscando informações junto ao governo, mas a única resposta que tivermos hoje é que a ação está na Justiça", disse o deputado. Carlos Roberto Frisoli, diretor da Federação Nacional dos Operadores Portuários (FENOP), rebateu as acusações do superintendente do porto de que, em anos passados, teria sido contrário à movimentação de soja transgênica. Também denunciou os equívocos da APPA em relação à dragagem, balizamento e eficiência das operações portuárias, entre outros problemas. Para
o presidente da Assembléia, deputado Hermas Brandão, autor da
proposta de realização da audiência, "o grande debate acabou
ficando em torno da liberação de exportação de produtos
geneticamente modificados, principalmente do soja". "Na
verdade, as diversas classes empresariais e de agricultores estão
pedindo o cumprimento da lei federal e das ações de melhoria
propostas pelos órgãos federais", acrescentou o presidente da
Assembléia Legislativa. | |
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Boletim Informativo nº
879, semana de 29 de agosto a 4 de setembro de 2005 | VOLTAR |