Falta de investimentos pode levar exportadores a entrar na Justiça
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Luis Antonio Fayet |
A Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) poderá entrar na Justiça para exigir a devolução das taxas extra-tarifárias cobradas pelo Porto de Paranaguá, que não estão sendo usadas para a finalidade de melhorar a infra-estrutura e a operacionalização do porto. A questão já está nas mãos do ministro dos Transportes, que em abril recebeu o ultimato: ou o governo toma medidas corretivas para que os recursos sejam aplicados, ou os exportadores vão parar de contribuir e reivindicar o dinheiro de volta, na Justiça. "Não podemos ficar pagando por um serviço que não é prestado", alertou Luis Antonio Fayet, representante da CNA e da Associação de Comércio Exterior do Brasil no Conselho de Autoridade Portuária (CAP). | |
Fayet esclareceu que o porto cobra três contribuições extra-tarifárias. Uma para manutenção de dragagem, sinalização e balizamento. Outra para infra-estrutura do cais e uma terceira para infra-estrutura do silão. Estas taxas vêm sendo cobradas desde 2002, e tiveram o auge da arrecadação em 2003 e 2004, por causa do movimento intenso no porto. "No ano passado, de um lado havia um caixa com 80 milhões de reais, e de outro lado a falta de dragagem, falta de melhorias e investimentos", disse Fayet. "Estamos pagando caro por serviços e investimentos que não estão acontecendo", acrescentou. O representante da CNA destacou que a situação não surgiu de uma hora para outra, mas vem se arrastando por 30 meses da atual gestão. A preocupação, segundo Fayet, é que "se a AEB tomar esta atitude, o porto de Paranaguá vai ficar à míngua, por que perderá uma fonte importante para investimentos". Por fim, o representante da AEB propôs um debate diferente – uma acareação. "Ponto a ponto. Vamos a fundo na questão da dragagem, do balizamento, das zoonozes". "Estamos na iminência de perder recursos e isso é muito ruim para o Paraná", finalizou. | ||
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Boletim Informativo nº
879, semana de 29 de agosto a 4 de setembro de 2005 | VOLTAR |