Presidente da FAEP responde a ataques do governador Requião
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Presidente do Sistema FAEP, Ágide Meneguette |
Durante
encontro semanal do governador Roberto Requião com secretários e
assessores (23/08), transmitido pela TV Educativa e acompanhado pela
Imprensa, o governador lançou ataques ao presidente da Federação da
Agricultura do Estado do Paraná (FAEP), Ágide Meneguette, e aos
agricultores representados pela entidade. |
os produtores estão cansados de perder dinheiro por causa da má administração no porto, e por isso atenderam prontamente à convocação para acompanhar a audiência pública que trataria de uma questão que lhes diz respeito diretamente. A incompetência do porto custou na última safra aos produtores paranaenses R$ 8,65 por saca de soja – é o prêmio negativo por causa das filas de navios e caminhões, falta de dragagem e atrasos operacionais na amarração e carregamento das embarcações, além de problemas sanitários, como a infestação de ratos e pombos. "Todos os produtores que vieram à audiência pública receberam um documento antes explicando o que iria acontecer na Assembléia Legislativa do Paraná e qual a importância do porto para a agropecuária, já que muitos produtores do Paraná estão perdendo dinheiro", afirmou Meneguette. O presidente da FAEP lembra ainda que "só o prêmio negativo que aconteceu no ano passado na comercialização dos produtos rurais do Paraná foi de R$ 1,5 bilhão. Em nível de Brasil, os oitos estados que mandam soja para o Porto de Paranaguá, perderam mais de U$ 1 bilhão de dólares". "Molecagem é deixar o porto ser sucateado por falta de investimentos. O governo do Estado rejeitou recursos federais da ordem de 190 milhões de reais para modernizar o ampliar o porto e esse dinheiro agora está perdido", responde Meneguette. "Molecagem é proibir o embarque de soja transgênica desrespeitando a lei federal, sob a falsa alegação de que o porto não pode segregar soja transgênica da convencional. Pode sim, como já faz hoje com o milho, trigo, soja, farelo de soja de vários teores, e fertilizantes. Tudo isso sem misturar os produtos, que são segregados", assegura. A legislação federal permite o plantio e a exportação da soja transgênica no Brasil. No entanto, os equívocos do governador e da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina têm feito os produtores do Paraná perder renda "em função uma exigência mais política do que técnica, porque o soja e o farelo de soja embarcados hoje nos portos de São Francisco e Santos estão recebendo de oito a dez dólares a mais por tonelada." Por fim, na análise do presidente da FAEP, a Audiência pública na Assembléia mostrou que a administração do porto de Paranaguá não obedece às normas do governo federal nem dialoga com os usuários. O dinheiro da União que estava assegurado para investimentos no porto foi rejeitado pela APPA – recursos que poderiam estar ajudando os produtores rurais a ter maior renda, com a redução do custo das operações portuárias. "Tirar renda, tirar faturamento do produtor é prejudicar a sociedade como um todo. Menos dinheiro circulando na economia do Paraná, na mão do produtor, é menos dinheiro circulando na indústria, no comércio, na prestação de serviços. Este R$ 1,5 bilhão que perdemos o ano passado, segundo economistas, deixou de circular quatro vezes na economia do Paraná. Isto significa R$ 6 bilhões. Quantos empregos poderiam ter sido criados no comércio, na indústria, no setor de prestação de serviços?" – pergunta Ágide Meneguette. O presidente da FAEP destaca que a questão não é ser contra ou a favor dos transgênicos, mas importa garantir "o direito do produtor de escolher o que quer plantar". "Nem na época da ditadura o produtor engolia goela abaixo o que tinha de plantar. Não podemos admitir que imposições proíbam o produtor de ter o direito de escolher o que ele quer plantar no Paraná", conclui Meneguette. | |
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Boletim Informativo nº
879, semana de 29 de agosto a 4 de setembro de 2005 | VOLTAR |