Espaço do
Empreendedor Rural
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Instrutores enfatizam discussão sobre
capital social na Fase três do programa
 


Instrutores e facilitadores da Fase três do PER
participaram de encontro de formação e
supervisão dos últimos módulos
 

Os integrantes das primeiras 40 turmas da Fase três do Empreendedor Rural estão entrando no oitavo de doze módulos previstos pelo programa. Entre os dias 01 e 05 de agosto, o grupo que compreende instrutores dos módulos técnicos e facilitadores dos módulos comportamentais (que nesta fase atuam juntos) participou em Curitiba da 3ª etapa de supervisão e formação, para discutir os temas referentes aos quatro últimos módulos a etapa: Habilidades do líder rural, Desenvolvimento econômico e o papel do estado, Elaboração e avaliação de projetos associativos, Negociações e planejamento estratégico no agronegócio.

Apesar da pauta ampla, as discussões giraram em torno de algo considerado pelos instrutores como fundamental nesta etapa do programa: capital social. O conceito está relacionado ao desenvolvimento de projetos de caráter associativo, uma vez que trata de redes informais estabelecidas entre indivíduos, grupos ou movimentos. Na opinião de grande parte dos instrutores este (o Capital social) é o grande investimento do PER – Fase três.

O instrutor Ramon Ponce Martins está trabalhando com as turmas de Rondon e Cruzeiro do Oeste. Conta que vem trabalhando conceitos de capital social junto aos grupos. “Trabalhamos com o que chamamos de líder mobilizador, que é você ter a capacidade de ir lá na sua comunidade e conseguir mobilizar, levar adiante algo que vai ser bom para ele e para o outro”, diz Ramon, usando como exemplo a turma de Cruzeiro do Oeste. “Reúne produtores de Umuarama, Nova Olímpia, Tapejara, Tuneiras e Cruzeiro do Oeste. É uma turma muito animada, se organizou para que cada módulo acontecesse em um município e aí preparam almoço, coffee break”. O instrutor diz que nesse ambiente é fácil identificar lideranças e começam a surgir projetos como o do banco da terra, pelo qual a autora está mobilizando sua comunidade para comprar terra em conjunto com outros produtores e assim ter maior poder de negociação na hora de reivindicar recursos.

O instrutor Luiz Carlos Grossi comenta que o trabalho com as turmas de Maringá está muito bom: “O nível é bastante elevado, cerca de 50% já tem projetos desenvolvidos, como o shopping rural em Marialva”. O shopping promete ser um espaço onde produtores rurais terão a oportunidade de comercializar produtos diretamente como consumidor. Para ele as discussões em torno do capital social são o ponto principal da Fase três do programa. “Esta fase vem exatamente para aumentar este capital social no setor, fazer com que as pessoas se interessem em trabalhar juntas”.
 

Ü Ü Ü  Sintonia
 


  O grupo de empreendedores da Fase três de Curitiba reúne produtores da região metropolitana. Com o curso já se encaminhando para sua segunda metade, a turma discute o desenvolvimento dos projetos, que nesta fase são de caráter associativo. Entre as propostas estão a reciclagem de lixo nas escolas, asfaltamento de ruas em comunidades rurais, hortas comunitárias, etc.


  


Empreendedores buscam exemplos de associativismo.
 

A turma da Fase três do PER que reúne produtores rurais de Bandeirantes, Santa Mariana, Cambará, Cornélio Procópio e Ribeirão do Pinhal visitaram, no último dia 25, a sede da Associação de Desenvolvimento Comunitário Três Águas – ADECOT, formada por produtores de uvas da região. Na opinião da instrutora Raquel Nader Resende Fraiz a visita é uma oportunidade para que empreendedores tomem conhecimento maior do funcionamento de organizações associativas.

A cooperativa foi reativada há um ano e meio e atualmente conta com 95 associados, 75 deles, produtores de uva. A associação atua tanto na compra de insumos quanto na comercialização das uvas. Na compra de insumos cada associado paga um percentual de 3% em cima do valor da compra e na comercialização das uvas R$0,10 por quilo ficam para a ADECOT. Outro dado interessante é que boa parte dos associados passaram por cursos de classificação de frutas oferecidos pela FAEP e SENAR-PR. Segundo o presidente da ADECOT, Wanderley Aparecido da Silva, na busca por qualidade e escala de produção, hoje os produtores são seus próprios fiscais em todo o processo de produção.

A receita parece estar dando certo. A associação comercializa cerca de 900 toneladas de uva por ano para clientes de Curitiba, São Paulo e Rio de Janeiro. São duas safras anuais com destino garantido. Recentemente, Wanderley junto com o secretário e o tesoureiro da associação decidiram ingressar na Fase um do Programa Empreendedor Rural no município de Santa Amélia. “Já estávamos na lista do sindicato, achamos o programa interessante”.

Para a instrutora Raquel, trabalhos como este demonstram que o associativismo é uma boa alternativa, além de servir de ferramenta para trabalhar a importância do capital social junto ao grupo da Fase três. Se esta é a fase em que os participantes trabalham a compreensão do mundo de forma não individualista a instrutora diz que é o capital social que vai definir a condição do grupo em se associar ou não. Outro aspecto enfatizado por ela é a importância em se conhecer experiências positivas quando se tem um cenário histórico e político que não contribuem para a confiança do trabalho em grupo.
 

Ü Ü Ü  Sintonia
 


  Em Coronel Vivida, sudoeste do estado, o grupo da Fase três já tem os esboços dos primeiros projetos. Entre as idéias, uma que discute o desenvolvimento de relações interpessoais construtivas no ambiente da rede municipal de ensino, envolvendo a participação de professores e pessoal administrativo da rede, pais, estudantes e pessoas interessadas em desenvolver atitudes e comportamentos característicos do espírito empreendedor, associativo e cooperativo. A autora, Milza Menegatti justifica: “Ensinam-nos a escrever, a ler, as quatro operações, traçar mapas, idiomas e muitas outras coisas. Porém, não nos ensinam a nos relacionar com os outros, a conviver de maneira positiva e construtiva com as pessoas que nos rodeiam, seja em família seja na área profissional. Há fatores que favorecem as relações entre as pessoas: as habilidades e as competências, que devem ser desenvolvidas ao longo do tempo na família, na escola e na sociedade - educar para a boa convivência”.
    


Boletim Informativo nº 877, semana de 15 a 21 de agosto de 2005
FAEP - Federação da Agricultura do Estado do Paraná

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