Profissionalizar a atividade rural significa ganhos para todos. E o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) tem contribuído para isso, por via dos seus cursos de formação técnica e gerencial. O Senar/Paraná, que já funciona há 12 anos, é vinculado à Federação da Agricultura do Estado e disponibiliza 183 cursos, tendo qualificado nesse período em torno de 600 mil pessoas, elevando a qualidade da mão-de-obra e proporcionando mais rentabilidade. Esses cursos são gratuitos e têm atendido o grande e o pequeno produtor. embora este último ainda luta para manter o básico, sendo acentuada a carência de tecnologia. Por isso, recentemente o Senar-Pr firmou convênio com a Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Paraná visando dar mais elasticidade aos cursos e contemplar diretamente esses denominados agricultores familiares e todas as pessoas agregadas. É por todas as razões louvável esse serviço, porque independe de organismos públicos, pois os recursos são oriundos da contribuição compulsória de 0,2% sobre a venda de produtos agrícolas para as pessoas físicas e de 0,25 para as pessoas jurídicas. São, portanto, os produtores rurais que pagam, convertendo esse sistema num dos mais eficientes formadores de profissionais para os atendimentos básicos de todas as atividades relacionadas com o campo e os seus estratos. Porque esses cursos ensinam – entre uma infinidade de outras práticas – manejo do solo, plantio direto, sistematização de áreas, contenção de perdas de colheita, agricultura orgânica, cultivo e padronização de hortaliças, formação de viveiros, classificação de grãos, apicultura, instalação de estufas plásticas, combate a pragas, vegetação ciliar, rastreabilidade, culinária, produção de defumados, de conservas caseiras e embutidos, princípios de higiene, formação de tratoristas e operadores de colheitadeiras, administração de empresa rural, escrita básica, informática rural, movimentação de produtos perigosos, qualidade de vida em família, cursos de atividades caseiras, turismo rural, saúde, cidadania. Tudo o que tem a ver com o agronegócio e novas tecnologias – para produzir mais, preservar mais, ganhar mais e viver melhor – está no Senar, convertendo essa instituição num completo centro de qualificação profissional. O consumidor urbano também ganha. O Senar/Pr, nas mãos da Faep - que tem prestado grande serviço à agricultura -, é modelo. E é orgulho para os paranaenses. Oportuno rememorar que a efetivação do Senar, em 1992, se deve à intervenção do então senador José Eduardo de Andrade Vieira, que conseguiu desengavetar o projeto de criação desse serviço, que se encontrava engavetado no Senado. Editorial transcrito do Jornal Folha de Londrina de 3 de agosto de 2005 |