Programa apóia criação |
Cruzamentos obtidos a partir da raça sul-africana Boer prometem mudar a imagem que muitos produtores têm do cabrito: um animal irrequieto, que dá muito trabalho e tem baixo rendimento de carcaça. Com um programa oficial de apoio, e recursos do BNDES para compra de matrizes, a caprinocultura surge como oportunidade de negócio e geração de renda na região Sudoeste do Paraná. O presidente da Capripar - Associação dos Caprinocultores do Paraná, Aryzone Mendes de Araújo, destaca que os cruzamentos da raça Boer chegam a atingir 56% de taxa de rendimento de carcaça. Em termos de preço, que “é a primeira coisa que me perguntam”, afirma Aryzone, “a carne de cabrito obtém hoje no mercado um valor três vezes maior do que o quilo do frango, duas vezes o quilo do boi e também duas vezes o quilo do suíno”. Outro diferencial está na população de animais por alqueire: “onde são criados cinco bois dá para criar 50 cabritos – e se for semi-confinamento, os números dobram, triplicam” afirma Aryzone. Na semana passada, uma reunião no SICREDI, em Curitiba, acertou detalhes da operacionalização do Programa de Apoio à Estruturação das Cadeias Produtivas de Caprinos e Ovinos. São parceiros do programa o Governo do Estado (SEAB/Emater), BRDE, SICREDI, Banco do Brasil e FAEP/SENAR e SEBRAE, além de diversas universidades. O programa terá R$ 3 milhões de recursos do BNDES para compra de matrizes, 85% deles para a caprinocultura e 15% para a ovinocultura. Os recursos são maiores para os cabritos por que a cadeia produtiva têm menos matrizes, e está apenas começando a se organizar. No Brasil há um rebanho de 12 milhões de cabeças de cabritos de corte, 10,8 milhões no Nordeste. O país, no entanto, produz apenas 20% da carne que consome anualmente – 4 mil toneladas diante de uma demanda de 20 mil toneladas. Para atender ao mercado das churrascarias de alto padrão, são feitas importações da Austrália, Nova Zelândia, Uruguai e Argentina. A primeira fase de estímulo à caprinocultura no Paraná vai abranger 42 municípios da região Sudoeste. A gestão do programa deverá ser feita pela Capripar e pela Associação dos Sindicatos Rurais do Sudoeste do Paraná (Assinepar). O governo compra as matrizes por R$ 270 reais cada e revende ao produtor com dois anos para pagar, com carência de outros dois anos. Um frigorífico de Chopinzinho irá fazer o abate dos animais, que serão cortados e embalados em uma cooperativa em Coronel Vivida. O SEBRAE dará apoio para colocar a carne no mercado. Quase 40 produtores já se cadastraram no programa, que pretende envolver 84 propriedades até o final de 2006. A meta são duas propriedades por município, com no mínimo 200 cabritos em cada propriedade. A Assistência Técnica já está preparada: 16 instrutores passaram por curso de capacitação do SENAR Paraná. |
Boletim Informativo nº 876, semana de 8 a 14 de agosto de 2005 | VOLTAR |