Exportações paranaenses - Agronegócio | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Fatores determinantes que influenciaram o desempenho das exportações no 1º semestre/2005: 1 – Valorização do Real frente ao Dólar 1.1 – Fluxo Financeiro Maior entrada de divisas provenientes de empréstimos e investimentos de capital estrangeiro (capital de risco) e balança comercial. 1.2 – Exportações em Geral Apresentam um volume menor de exportações (quantum) que até certo ponto são compensadas pelo aumento dos preços das commodities, caso da carnes, do açúcar e mais recentemente, da reação dos preços da soja na Bolsa de Chicago. As exportações ocorrem pelos “contratos a honrar”. 1.3 – Indústria O setor industrial também tinha “contratos de exportação a honrar” e o mercado interno não reage, razão do aumento do fluxo das exportações de automóveis. Alguns setores industriais com têxteis, produtos florestais, eletroeletrônico e calçados já mostram perda decompetitividade decorrente da valorização do real. 2 – Exportações do Agronegócio De uma forma geral observa-se um ritmo menor de comercialização – reflexo do efeito negativo da taxa cambial – porquanto o produtor aguarda um melhor preço e à medida que ocorre um repique nas cotações nas bolsas internacionais e uma reação do dólar, as exportações registram um ritmo maior e ademais o mercado interno não tem condições de absorver o excedente. A receita gerada no 1º semestre é sustentada pelos preços das commodities, mais especificamente das carnes, do açúcar e a reação do preço da soja na Bolsa de Chicago em razão do clima seco e déficit hídrico no período de desenvolvimento da cultura. As exportações paranaenses no acumulado janeiro/junho de 2005 somaram US$ 4,72 bilhões, praticamente a mesma receita gerada em igual período de 2004 (US$ 4,73 bilhões). A sobrevalorização do real frente ao dólar, a queda nas exportações do complexo soja, haja vista o preço médio de exportação da soja em grão aliados à extemporaneidade das exportações de milho e trigo são os fatores responsáveis pelo menor desempenho do agronegócio paranaense. As exportações de material de transporte garantiram a geração de divisas no 1º semestre de 2005, com um crescimento de 65%, de US$ 747 milhões para US$ 1,23 bilhão. As importações no período analisado foram de US$ 2,4 bilhões contra US$ 1,8 bilhão de 2004. O superávit no 1º semestre de 2005 foi de US$ 2,3 bilhões. A participação do agronegócio paranaense nas exportações totais do Paraná registra queda, caindo de 70% para 55%, porquanto além do quadro de preços internacionais desfavoráveis e a desvalorização do dólar, também houve uma queda de “quantum”. De janeiro a junho de 2005, as exportações do agronegócio atingiram US$ 2,59 bilhões contra US$ 3,31 bilhões em igual período de 2004. O complexo agroindustrial da soja registra uma receita de US$ 1,17 bilhão, cerca de 34% inferior à receita de US$ 1,76 bilhão em igual período de 2004 e um volume comercializado de 4,98 milhões de toneladas, 17% a menos que as 5,99 milhões de toneladas exportadas em igual período de 2004. O preço médio no 1º semestre de 2005 para a soja em grão foi de US$ 234,45/t contra a média de US$ 294,41/t no período de janeiro a junho de 2004. A ação combinada de queda nos preços internacionais (maior oferta mundial) e a sobrevalorização do real contribuiu para um ritmo mais lento na comercialização da soja, haja vista que para o produtor paranaense este quadro é desfavorável. A soja em grão gerou divisas de US$ 519 milhões, uma queda de 39% em relação a igual período de 2004 (US$ 857 milhões). Foram escoadas vias Porto de Paranaguá, 2,29 milhões de toneladas, um volume 24% menor em relação ao comercializado no 1º semestre de 2004 (3,04 milhões de toneladas). As exportações de farelo de soja totalizaram US$ 426 milhões contra US$ 570 milhões registrados no 1º semestre de 2004. As vendas de óleo bruto de soja passaram de US$ 285 milhões para US$ 155 milhões. A receita das exportações de óleo de soja refinado foi o único componente do grupo que assinalou crescimento (33%), passando de US$ 44 milhões para US$ 59 milhões. Por outro lado, as vendas do complexo carnes (aves, bovinos, suínos e outras) mostram um crescimento de 23%, passando de US$ 434 milhões para US$ 536 milhões, resultado da do aumento dos preços médios das principais carnes e do volume comercializado. As exportações de carne de aves registraram uma expansão de 23%, apoiadas principalmente no aumento dos preços, porquanto o volume exportado permaneceu praticamente estável. A receita obtida foi de US$ 380 milhões e exportadas 309 mil toneladas. As exportações de carne bovina somaram US$ 48,3 milhões, mantendo estabilidade em relação ao 1º semestre de 2004 (US$ 48,6 milhões). Já o volume exportado passou de 18 mil toneladas para 21 mil toneladas. O grupo de carne suína exportou US$ 67milhões, um crescimento de 63% relativamente às exportações de igual período de 2004 (US$ 41 milhões). As exportações do grupo produtos florestais totalizaram US$ 655 milhões, um acréscimo de 10% em relação ao mesmo período de 2004 (US$ 594 milhões). O setor de madeira e suas obras geraram divisas de US$ 562 milhões contra US$ 504 milhões no 1º semestre de 2004. O setor de papel e celulose passou de US$ 89 milhões para US$ 92 milhões. Demais setores: café (grão e solúvel) = US$ 111 milhões (crescimento de 17%); açúcar (bruto e refinado) = US$ 100 milhões (crescimento de 53%); couros e peles = US$ 25 milhões (crescimento de 26%). As exportações para a União Européia somaram US$ 1,43 milhão; Estados Unidos (US$ 697 milhões); Argentina (US$ 311 milhões); Rússia (US$ 147 milhões); Irã (US$ 146 milhões); Japão (US$ 119 milhões); Chile (US$ 84 milhões); África do Sul (US$ 60 milhões).
EXPORTAÇÕES PARANAENSES
|
PRODUTOS |
2005 |
2004 |
||
US$ mil FOB |
Toneladas |
US$ mil FOB |
Toneladas |
|
COMPLEXO SOJA
|
1.168.599
|
4.984.295 |
1.763.102 |
5.988.569 |
MADEIRA |
562.413 |
1.125.303 |
504.349 |
992.994 |
CARNES |
535.857 |
428.617 |
434.005 |
361.279 |
CAFÉ |
111.569 |
38.138 |
95.648 |
42.503 |
AÇÚCAR |
99.934 |
529.701 |
65.417 |
414.641 |
PAPEL |
92.660 |
201.315 |
89.726 |
184.719 |
COURO |
25.983 |
8.291 |
20.598 |
6.524 |
MILHO |
... |
... |
302.241 |
2.574.113 |
TRIGO |
... |
... |
36.542 |
227.300 |
TOTAL AGRONEGÓCIO |
2.597.015 |
7.315.660 |
3.319.930 |
10.723.542 |
OUTROS |
2.120.123 |
1.759.509 |
1.408.256 |
1.194.084 |
TOTAL |
4.717.138 |
9.075.169 |
4.728.186 |
11.917.626 |
Fonte: MDIC/SECEX
|
PARTICIPAÇÃO (%) |
|
---|---|---|
2005 |
2004 |
|
COMPLEXO SOJA |
25 |
38 |
MADEIRA |
12 |
10 |
CARNES |
12 |
9 |
MILHO |
... |
3 |
AÇÚCAR |
2 |
2 |
CAFÉ |
2 |
2 |
PAPEL |
2 |
2 |
TRIGO |
... |
... |
COUROS |
1 |
1 |
MATERIAL DE TRANSPORTE |
26 |
21 |
OUTROS |
18 |
12 |
TOTAL |
100 |
100 |
Fonte: MDIC/ DECEX/ SECEX
EXPORTAÇÕES PARANAENSES
COMPLEXOS AGROINDUSTRIAIS - 1º SEMESTRE 2005-2004
|
2005 |
2004 |
||
US$ (mil) FOB |
Toneladas |
US$ (mil) FOB |
Toneladas |
|
Soja |
1.168.599 |
4.984.295 |
1.763.102 |
5.988.569 |
Grão |
519.626 |
2.298.607 |
857.089 |
3.040.757 |
Farelo |
426.273 |
2.229.913 |
570.453 |
2.374.091 |
Óleo Bruto |
155.400 |
329.240 |
285.654 |
492.962 |
Óleo Refinado |
59.472 |
116.385 |
44.594 |
72.239 |
Margarina, exceto líquida |
... |
... |
... |
... |
Lecitina e outros |
7.828 |
10.150 |
5.312 |
8.520 |
Carnes |
535.857 |
428.617 |
434.005 |
361.279 |
Bovina in natura |
37.689 |
19.520 |
31.742 |
14.263 |
Bovina industrializada |
10.682 |
2.017 |
16.847 |
4.127 |
Frango in natura |
158.316 |
173.646 |
133.001 |
158.161 |
Frango industrializado |
222.509 |
179.196 |
176.495 |
137.826 |
Peru |
30.263 |
17.780 |
25.367 |
14.491 |
Suínos |
67.535 |
31.703 |
40.934 |
26.852 |
Demais Carnes |
8.863 |
4.755 |
9.619 |
5.523 |
Milho |
57.632 |
587.461 |
302.241 |
2.547.113 |
Milho em grão |
57.632 |
587.461 |
302.241 |
2.574.113 |
Milho para semeadura |
... |
... |
... |
... |
Café |
111.569 |
38.138 |
95.648 |
42.503 |
Grão |
33.962 |
20.321 |
29.345 |
25.542 |
Solúvel |
70.850 |
15.262 |
60.186 |
14.765 |
Extratos, essências |
6.757 |
2.555 |
6.117 |
2.196 |
Madeiras e suas Obras |
562.413 |
1.125.303 |
504.349 |
992.994 |
Compensado madeira |
246.917 |
518.819 |
263.836 |
508.849 |
Serrada espessura>6mm |
107.500 |
268.661 |
82.309 |
233.883 |
Obras de Marcenaria |
93.594 |
165.489 |
103.125 |
137.104 |
Molduras |
41.515 |
114.846 |
38.842 |
99.718 |
Outros |
72.887 |
57.488 |
16.237 |
13.440 |
Papel e Celulose |
92.660 |
201.315 |
89.726 |
184.719 |
Cuchê |
17.312 |
25.230 |
16.407 |
27.485 |
Kraft p/ escrita e gráfica |
17.187 |
29.050 |
18.178 |
29.690 |
Papel cartão “kraftliner” |
34.254 |
111.011 |
31.251 |
100.635 |
Outros |
23.907 |
35.934 |
23.890 |
26.909 |
Trigo |
... |
... |
36.542 |
227.300 |
Trigo |
... |
... |
36.542 |
227.300 |
Açúcar e Álcool |
99.934 |
529.701 |
65.417 |
414.641 |
Bruto |
86.345 |
490.215 |
46.460 |
322.672 |
Refinado |
... |
... |
8.311 |
49.566 |
Álcool Etílico |
13.589 |
39.486 |
10.646 |
42.403 |
Couro e Calçados |
25.938 |
8.291 |
20.598 |
6.524 |
Couro preparado /curtido |
7.676 |
534 |
4.454 |
316 |
Outros |
18.307 |
7.757 |
16.144 |
6.208 |
Sucos de Frutas |
... |
... |
... |
... |
Suco de Laranja |
... |
... |
... |
... |
Material de Transporte |
1.233.840 |
136.260 |
746.826 |
94.353 |
Automóveis |
463.228 |
58.896 |
197.149 |
25.826 |
Autopeças |
210.097 |
11.104 |
148.511 |
9.799 |
Chassis com motor |
75.492 |
8.047 |
68.063 |
18.240 |
Motores p/ autoveículos |
215.668 |
19.872 |
173.866 |
14.228 |
Tratores |
143.580 |
23.568 |
92.637 |
14.925 |
Autoveículos |
97.513 |
11.566 |
46.595 |
6.899 |
Outros |
28.262 |
3.207 |
20.005 |
4.436 |
Outros |
828.651 |
1.035.788 |
669.732 |
1.257.931 |
TOTAL GERAL |
4.717.138 |
9.075.169 |
4.728.186 |
11.917.626 |
Gilda Bozza Borges
Economista - DTE / FAEP
Boletim Informativo nº 874, semana de 25 a 31 de julho de 2005
FAEP - Federação da Agricultura do Estado do Paraná