Os
criadores de aves do Paraná já começaram um processo, em
parceria com a Secretaria de Agricultura, para adequar a cadeia
produtiva ao conceito de regionalização do controle sanitário,
que foi reivindicado junto à Organização Internacional de
Epizootias (OIE). A idéia da avicultura brasileira é dividir as
regiões sanitárias conforme o mapa dos estados, evitando assim
que um eventual foco de doença, num lugar distante, tenha
conseqüências drásticas para todo o setor produtivo.
Até
30 de dezembro todas as granjas paranaenses com mais de 400 aves
devem estar cadastradas junto à Secretaria Estadual de
Agricultura. Será criado um banco de dados das propriedades, que
serão identificadas por um aparelho de Geo Processamento por
Satélite (GPS).
A
regionalização envolve uma série de medidas sanitárias que
permitem que em casos de doenças da lista A da Organização
Internacional de Epizootias (OIE) – Influenza Aviária,
Newcastle – os plantéis envolvidos sejam isolados. O objetivo
é separar a região atingida das outras, garantindo a
continuidade das exportações por outros estados brasileiros
isentos da doença.
"O
Paraná, por meio da atuação conjunta do Sindiavipar e da Seab,
está saindo na frente neste programa que pretende implantar no
país o conceito de regionalização sanitária na avicultura por
estados", afirma Domingos Martins, presidente do Sindicato
das Indústrias de Produtos Avícolas do Paraná (Sindiavipar).
Além
do Paraná, maior produtor brasileiro de carne de frango, até
2006 Santa Catarina, Rio Grande do Sul e São Paulo devem estar
com a regionalização implantada e reconhecida internacionalmente
pelos países compradores e entidades internacionais. Estes
estados juntos respondem por aproximadamente 80% da produção
avícola nacional.
Com
o status sanitário regionalizado, em caso de alguma doença mais
grave, apenas as exportações do estado atingido serão
bloqueadas, sem afetar as exportações de carne de frango das
outras unidades federativas. As doenças da lista A são as
consideradas exóticas ou de pouco ocorrência, mas que causam
alta mortalidade.
Exportações.
O primeiro semestre de 2005 foi o mais positivo de todos os tempos
para a indústria avícola paranaense em relação à receita
cambial obtida com as exportações de frango de corte. Entre
janeiro e junho deste ano, os embarques alcançaram a receita
recorde de US$ 384,282 milhões. Este desempenho permitiu o
crescimento de 23,18% das vendas ao mercado externo, em
comparação ao primeiro semestre de 2004. Neste período, o
volume exportado pelas indústrias avícolas locais atingiu 354,64
mil toneladas, registrando o crescimento de 19,25% nos embarques.
As receitas cambiais das exportações brasileiras cresceram
24,9%, chegando a US$ 1,526 bilhão. Já o volume exportado pela
indústria cresceu 19,76%, atingindo a marca de 1,355 milhão de
toneladas.
Os
indicadores da avicultura paranaense foram apresentados na semana
passada, 18/07, quando foram apresentadas as novas diretorias do
Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do
Paraná (Sindiavipar), que será presidida por Domingos Martins
pelo segundo mandato, e da Associação dos Abatedouros e
Produtores Avícolas do Paraná (Avipar), que tem como novo
presidente Alfredo Kaefer. A eleição de presidentes diferentes
para as duas entidades busca fortalecer a defesa dos interesses do
setor. |