O
Plenário da Câmara dos Deputados aprovou quinta-feira (07/07),
durante uma sessão extraordinária, o Projeto de Decreto
Legislativo 1153/04, que susta convênio de delegação, celebrado
entre o Ministério dos Transportes e o estado do Paraná, para
exploração e administração dos portos de Paranaguá e Antonina.
A matéria será encaminhada agora para análise do Senado. A
informação é da Agência Câmara.
O
projeto, apresentado no dia 7 de abril de 2004 pelo deputado
federal do Paraná Ricardo Barros, foi aprovado graças a uma
articulação política conjunta com o deputado federal do
Paraná, Eduardo Sciarra. Os dois deputados, que se reuniram na
última quarta-feira com o ministro dos Transportes, Alfredo
Nascimento, para pedir a intervenção federal nos portos,
distribuíram nota sobre a decisão da Câmara.
Na
nota, Barros e Sciarra relembram que a Agência Nacional de
Transportes Aquaviários (Antaq); Tribunal de Contas da União
(TCU); Ministério dos Transportes; Ministério da Defesa; Receita
Federal; Departamento Nacional de Infra-Estrutura e Transportes (Dnit);
Tribunal de Contas do Paraná, Federação da Agricultura do
Estado do Paraná (FAEP), Confederação da Agricultura e
Pecuária do Brasil (CNA) registraram irregularidades, jamais
corrigidas pela Administração dos Portos de Paranaguá e
Antonina (Appa).
Dentre
as irregularidades apontadas pelos deputados estão a falta de
clareza nos investimentos feitos no porto; problemas de dragagem,
batimetria, e na manutenção das instalações e dos
equipamentos; restrições à navegação; infestação de
zoonoses; e falta de diálogo com produtores e entes portuários.
"Medidas que representaram o encarecimento logístico,
tirando renda dos produtores e do conjunto da economia
paranaense", diz a nota.
O
próprio Conselho da Autoridade Portuária de Paranaguá e
Antonina (CAP) elaborou relatórios e comunicados alertando sobre
a situação irregular no porto. Entidades como a CNA,
Associação do Comércio Exterior do Brasil (AEB), Comissão
Portos da Ação Empresarial, Associação Brasileira dos
Terminais de Contêineres (Abratec), Associação Nacional dos
Exportadores de Cereais (Anec), Associação Brasileira dos
Terminais Portuários (ABTP), Federação dos Operadores
Portuários, dos Engenheiros do Porto, da Praticagem, da Capitania
dos Portos (Fenop) fizeram denúncias apontando o mau
gerenciamento do porto pela Appa.
A
Assembléia Legislativa do Paraná chegou a instaurar uma
Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar as
denúncias, consta na nota. "Paralelo a isso, o Supremo
Tribunal Federal (STF) julgou inconstitucional a lei estadual que
proibia a exportação de transgênicos pelos portos. Vale
registrar que o governo do Paraguai encaminhou protestos à
chancelaria brasileira tendo em vista o descumprimento do acordo
de "porto livre" que mantém com o Brasil."
"Todo
esse quadro de insatisfação exigiu do Parlamento a tomada de
providências. Mostra-se evidente a necessidade de a
Administração Pública Federal intervir, conforme estipula a
cláusula quarta do convênio de delegação em foco, para
garantir a prestação de serviços adequados nos Portos de
Paranaguá e Antonina. A ação não é isolada de parlamentares
do Paraná, mas envolve deputados e senadores dos oito estados que
dependem dos portos paranaenses para escoar a produção. Com a
homologação do decreto pelo Senado, o governo federal terá de
sustar o convênio de delegação, assinado em dezembro de 2001,
com validade até 2027. Não é aceitável que o governo delegue
os portos, que são patrimônio federal, para uma administração
temerária", finaliza a nota.
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