Manejo, produção e comercialização
de borrego ecológico no Paraná

 

Na reunião da Comissão Técnica de Caprino e Ovinocultura do dia 12 na FAEP foram apresentadas, sob os títulos de Borrego Ecológico e Núcleo de Caprinocultores do Sudoeste, duas palestras sobre alternativas de manejo, produção e comercialização dessas duas cadeias. Os assuntos em questão são muito importantes num momento em que estas explorações estão em expansão no nosso Estado

César Nunes, médico veterinário, falou sobre as vantagens da criação de cordeiros à pasto, enquanto Arizone Mendes de Araújo, presidente da Comissão Técnica e da CAPRIPAR, expôs soluções para as dificuldades das cadeias no sudoeste como assistência técnica, pesquisa e comercialização.

Sendo a criação de borregos ecológicos uma prática recente, Nunes explicou sucintamente algumas técnicas que utilizou em sua pesquisa. O uso do melhoramento genético na produção de animais precoces e com alto rendimento de carcaça é uma delas.

Em seu projeto os animais não recebem antiparasitários, devido ao fato de os cordeiros serem animais meio-sangue (Santa Inês e Dorper), e também ao tipo de manejo alimentar e reprodutivo utilizado. Os borregos não permanecem no pasto junto da mãe; ficam confinados recebendo ração e forragem picada. Vão a pasto somente uma vez ao dia para mamarem. Isso evita o stress da mãe e também antecipa o desmame (fazendo com que a matriz cicle mais rapidamente).

Com esse manejo é possível tirar das matrizes três crias a cada dois anos, aumentando a produtividade e, conseqüentemente, a lucratividade da propriedade.

Arizone Mendes de Araújo, caprinocultor do sudoeste, trouxe à reunião a atual situação da região. Lembrou que a demanda pela carne e couro do cabrito é crescente. Por essa razão, os produtores do Sudoeste tentam se organizar de forma a suprir a procura pelo produto. Foram apresentadas aos membros da comissão técnica as parcerias firmadas com diversas universidades, prefeituras e abatedouros, na tentativa de melhor estruturar a cadeia produtiva.

Os convênios estabelecidos com as instituições de ensino superior como UFPR, Universidade Tuiuti, UNICENTRO, entre outras, tem como objetivo implantar a campo os projetos idealizados nestes centros de pesquisa. Está se buscando a parceria com um abatedouro, com Serviço de Inspeção Federal, com o objetivo de facilitar a comercialização da produção para outros estados e futuramente para outros países.

Ao final da reunião, Livaldo Gemin, diretor-secretário da FAEP, comentou que um dos principais problemas enfrentados hoje pelos produtores de qualquer segmento agropecuário é a comercialização da produção. Para tentar solucioná-lo, é necessário entender de marketing, estratégias de comercialização e nichos de mercado, além, é claro, de fortalecer cada vez mais a união dos produtores. n


Boletim Informativo nº 873, semana de 18 a 24 de julho de 2005
FAEP - Federação da Agricultura do Estado do Paraná

VOLTAR