Um
novo curso desenvolvido pelo sistema FAEP/SENAR, em parceria com a
Secretaria municipal do Abastecimento de Curitiba, vai mostrar aos
produtores rurais como usar técnicas de marketing para agregar
valor à produção e diferenciar-se no atendimento aos clientes.
De seis a sete de julho foi realizado o projeto-piloto do curso,
que durante os dois dias reuniu 33 produtores e técnicos no
auditório do SENAR-PR, em Curitiba.
Produtores
de frutas e hortaliças, criadores de suínos e representantes de
associações agrícolas foram os primeiros a realizar o curso
"Como Vender Mais e Melhor no Agronegócio", apresentado
pelo administrador de empresas Alexander Baer, especializado em
marketing e propaganda.
A
proposta do curso é contribuir para que os produtores vendam mais
e melhor adotando medidas conscientes, em sintonia com o mercado e
os consumidores, abandonado a administração feita ao acaso. Por
outro lado, a parceria com a Secretaria do Abastecimento busca uma
estratégia de dar "maior visibilidade ao produto do
agronegócio paranaense em Curitiba".
O
instrutor Alexander Baer disse que não adianta nada ter produtos
"excepcionais e maravilhosos", como têm alguns
participantes do curso, "se o mercado não ficar
sabendo". Os clientes simplesmente vão comprar do
concorrente, "que muitas vezes tem um produto de qualidade
inferior, mas se comunica melhor". É o que acontece com
vários produtores que fizeram o curso-piloto. "Às vezes só
falta uma apresentação melhor, uma pequena polida, para a fruta
ficar mais atrativa, mais bonita", disse Baer. "Como o
produtor não faz isso, perde mercado para o concorrente, às
vezes de fora do Brasil, que oferece uma fruta mais vistosa, de
baixa qualidade, porém mais vistosa".
Neste
contexto, o marketing tem um papel fundamental. "É preciso
desmistificar o marketing", afirma Alexander Baer. "As
pessoas pensam que marketing é só para grandes empresas, que é
preciso ter muito dinheiro e anunciar no maior canal de televisão
do país". Isso, além de ser caríssimo, pode não atingir o
público-alvo. "Às vezes um ímã de geladeira, ou um
simples cartão pessoal, dá muito mais retorno de venda",
avalia.
O
produtor de hortaliças orgânicas, Dário Delgado Gracia, de
Bocaiúva do Sul, disse que o curso foi muito útil em relação
aos cuidados com a apresentação do produto e relacionamento com
o cliente. A lição que ele leva para casa é a necessidade de
definir bem o público-alvo, saber o que ele quer e como
abordá-lo.
Já
o conceito de padronização e classificação das frutas foi o
que mais chamou atenção do produtor Angelino Soares de Mello,
que cultiva 20 hectares com ponkan no município de Doutor
Ulysses. Angelino diz que irá diversificar e aumentar a
produção, mas, principalmente, melhorar a qualidade e o visual
do produto. Hoje nem ele nem os vizinhos fazem qualquer
classificação da ponkan que produzem. "Estou decidido a
fazer isso. Vou classificar as frutas da minha propriedade e
orientar os vizinhos a fazer o mesmo. Classificar vai ser uma
obrigação nossa", afirma Angelino. |