Em Goioerê, mobilização reuniu
cerca de 500 produtores rurais

Cerca de 500 agricultores de Goioerê e dos municípios de Quarto Centenário, Rancho Alegre d’Oeste, Moreira Sales, Janiópolis, Mariluz e Juranda realizaram na manhã do dia nove uma importante manifestação cobrando do governo federal o alongamento das dívidas de financiamentos agrícolas junto às cooperativas e agentes financeiros, sem perder o direito do crédito para a próxima safra. Os agricultores reclamam que além dos prejuízos com a seca, o custo de produção foi muito alto e os preços dos produtos caíram, com a variação do dólar.

O protesto foi marcado pelo que os agricultores chamaram de "tratoraço", contando com a participação de mais 200 veículos. Eles percorreram as principais ruas da cidade e se concentraram defronte a agência do Banco do Brasil. Para mostrar a gravidade da crise, os produtores carregavam um caixão, simulando o fim da atividade no campo, se providências não forem tomadas para socorrer os agricultores. "Precisamos do apoio dos governantes, que sempre estiveram pronto para socorrer cooperativas e instituições financeiras", desabafou o produtor Eduardo Cassiano.

A maioria dos manifestantes defendia a necessidade de o governo federal tomar providências urgentes em favor da agricultura, evitando a frustração da próxima safra. "Queremos mais respeito e condições para continuarmos produzindo", cobrou João Roberto de Oliveira Coelho, um dos líderes do movimento, informando que o manifesto visou chamar a atenção das autoridades.

Durante o protesto foram exibidas diversas faixas, mostrando que o agronegócio é o carro chefe do superávit da balança comercial, respondendo por 42% do PIB nacional. "Mesmo assim o governo federal continua insensível às reclamações e dificuldades que atingem a agricultura brasileira", diz o produtor Pedro Paini.

 

A mobilização dos agricultores foi organizada pela comissão que está à frente da eleição da Junta Governativa do Sindicado Rural Patronal local, com apoio total da Secretaria de Agricultura do município, Sindicato dos Trabalhadores Rurais e as cooperativas Coagel, Integrada e Copermibra. A ACIG – Associação Comercial e Empresarial de Goioerê, também participou do movimento, pedindo para que todo o comércio fechasse suas portas durante a passagem dos tratores. "Nós, comerciantes, também estamos sentido o efeito das perdas, por isso, precisamos fazer parte deste protesto", afirmou a presidente Célia Furlaneto.


Boletim Informativo nº 870, semana de 27 de junho a 03 de julho de 2005
FAEP - Federação da Agricultura do Estado do Paraná

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