Depois de participar do SOS do campo dia 31 de maio em Londrina (PR), o senador Osmar Dias seguiu para o Senado, em Brasília (DF), para um discurso de alerta aos senadores sobre a crise da agropecuária. O senador descreveu a mobilização nunca antes vista em Londrina, a força e a repercussão da marcha e tratoraço dos produtores paranaenses.

Osmar falou da preocupação e do desespero do setor. “A agricultura está alertando o governo de que a crise no campo que hoje afeta os agricultores e os trabalhadores rurais poderá se expandir, se espalhar e atingir toda a economia brasileira“.

Enfatizou ainda os efeitos prejudiciais a economia do País, que podem se estender e bater no nível de emprego, já insatisfatório, que pode cair ainda mais. “Os agricultores brasileiros não querem o confronto com o Governo. Eles querem ser ouvidos. Afinal, o Governo fez algumas promessas que estão pendentes”, ressaltou.

Entre os compromissos protelados está a criação do seguro de safra, o seguro de produção - que Senado e Câmara aprovaram- mas que não recebeu ainda os recursos de sustentação do Governo Federal para sua operacionalização. Outro problema é o câmbio: a safra plantada com o dólar a R$ 3,10 acabou sendo colhida com a moeda norte-americana valendo R$ 2,40. Enquanto isto, as dívidas do setor vencem sem que saia uma decisão sobre prorrogar e renegociar os financiamentos de custeio e de investimento do setor agrícola.

Mais: o Governo prometeu 10 milhões de empregos mas está acabando com milhares de empregos no campo. Para o senador, o governo esquece que hoje entre os 5,5 milhões de produtores brasileiros estão 4,5 milhões de pequenos agricultores familiares que amanhã poderão ter que ir para a fila da reforma agrária. Só no PR a agricultura perdeu R$ 3 bilhões . E corre riscos sanitários devido ao governo Federal não ter enviado os recursos orçamentários destinados ao reforço da defesa agropecuária do Estado.

Doze mil agricultores e produtoras rurais deixaram as lavouras por um dia e foram para Londrina de ônibus, tratores e caminhões agrícolas. O Parque de Exposições de Londrina registrou a entrada de 312 ônibus dos manifestantes.