Renda não
vai cobrir nem os custos |
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No discurso aos produtores, o presidente da Federação da Agricultura do Paraná (FAEP), Ágide Meneguette, apelou para a necessidade do atendimento do pedido de ajuda por uma "questão de sobrevivência do campo". Ele diz que os agricultores estão indignados porque, embora chamados de "salvadores da pátria", são obrigados a comercializar a safra com o dólar a menos de R$ 2,40. Plantaram – compraram insumos – com a moeda americana cotada em R$ 3,10. "Ninguém consegue cobrir nem os custos," diz. Ele acredita que, nas atuais circunstâncias, a própria política econômica oficial desestrutura os setores produtivos, empurra-os para a insolvência e facilita |
as importações de alimentos. Para o presidente da OCEPAR, João Paulo Koslowski, pelo menos R$ 12 bilhões deixam, neste momento, de circular na economia paranaense por conta dos fatores combinados da crise na agricultura. Neste ano, os custos de produção subiram 25% em média, houve queda nos preços dos principais produtos agrícola entre 25 e 37%. Somente por conta da supervalorização do real, o produtor perde R$ 0,70 por dólar obtido na exportação, comparativamente a maio do ano passado. Por isso que apenas 30% da safra de soja encontra-se comercializada. Como reflexo, o país deixará de faturar na exportação de soja e milho, neste segundo semestre, cerca de R$ 11 bilhões. Culpa da política cambial desestimulante. |
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Boletim Informativo nº 867, semana de
6 a 12 de junho de 2005 | VOLTAR |