Nem as pancadas de chuva de sexta, nem as da manhã de sábado afetaram os ânimos das participantes do Encontro de Mulheres de Tibagi, em 21 de maio. Muitas produtoras tiveram que levantar de madrugada para viajar mais de 100 quilômetros em estradas rurais e comparecer na abertura dos debates, conforme o horário do convite. Correndo o risco de os ônibus de ficarem encalhados em estradas mais rústicas da região dos Campos Gerais. O auditório também lotou neste evento.

Para a produtora Hilda M. Rabbers de Geus, as palestras e os relatos de experiências do encontro deverão ajudar muitas das participantes a se tornarem mais atuantes e decidirem-se quanto a empreendimentos próprios para aumentar a renda familiar.

Durante o dia, Hilda chegou a ser procurada por uma produtora que queria saber o que fazer quanto ao impacto da queda do dólar em relação a comercialização da safra agrícola. Conversando com outras mulheres, teve a oportunidade de contar dos últimos 10 anos em que tocou sua fazenda e granja de 400 matrizes de suinocultura/corte com a ajuda de uma das filhas que divide com ela a coordenação do trabalho de 26 empregados.

“A minha esperança é grande nos avanços. Mas a mulher tem que lutar muito”, manifestou. “Eu espero que a gente atinja o objetivo de estímulo às produtoras para tocarem seus próprios negócios”. Para Hilda, é muito importante a produtora rural ter seu nome nas Notas ao Produtor lado a lado do nome do marido, para assegurar o direito aos benefícios da Previdência Social, principalmente o direito à aposentadoria.

Expectativa atendida - O Encontro de Mulheres de Tibagi foi organizado pelo Sindicato Rural, em parceria com a Prefeitura de Tibagi e a FAEP. O presidente da entidade sindical, Nelson Cândido da Silva, destacou a emoção e o empenho das produtoras para chegar ao local do encontro. “O mau tempo atrapalhou mas não impediu as produtoras“, disse. Apesar dos temores, apenas dois ônibus não conseguiram chegar; encalharam na localidade de Barreiros. Para quem conseguiu assistir as palestras, foi muito importante

Para o dirigente, os produtores não podem esquecer de que a renda do agronegócio é concretizada com ajuda da família. As esposas resolvem muitos problemas e tomam decisões no dia- a- dia da produção. “Ninguém faz nada sozinho”. As palestras tiveram por tema o desafio de ser mulher no agronegócio, a Saúde da Mulher e Empreendedorismo.

Também Maria Aparecida Leonardi Gomes, dona de uma leiteria e uma fazenda na região da Tibago destacou o encontro. “Tudo foi muito bom. Principalmente o incentivo para as mulheres ajudarem a aumentar a renda do agronegócio e as formas de fazer isto”.