Marcha do MST a Brasília custou
ao contribuinte R$ 5,5 milhões

A marcha a Brasília custou R$ 5,5 milhões, segundo cálculos modestos, levando em conta os preços mais baixos do mercado. Esse valor seria suficiente para adquirir 1.370 hectares de terras prontas, conforme o valor médio da terra no País, e assentar 100 famílias em lotes de 13 hectares, segundo publicou semana passada (17/05) o jornal O Estado de S. Paulo.

A maior despesa, de acordo com o jornal, envolveu o transporte dos manifestantes. Foram mobilizados 411 ônibus, boa parte alugada pelo MST, dos quais 288 se deslocaram de Estados distantes. Parte dos veículos ficou à disposição do movimento durante 20 dias. Incluindo o combustível e as diárias pagas aos motoristas, o custo chega a R$ 1,97 milhão. A alimentação custou mais R$ 1,37 milhão. Foram consumidas cerca de 350 toneladas de alimentos.

Segundo divulgou o Estado de S. Paulo, para abastecer os sem-terra durante a caminhada e nos acampamentos, foram necessários 3.750 caminhões de água, com capacidade entre 8 mil e 15 mil litros cada. O gasto, em parte bancado pelo governo de Goiás, atingiu R$ 750 mil. O valor envolve o custo da água tratada, mais o combustível gasto nos deslocamentos e diárias de motoristas.

O mesmo critério foi usado na avaliação do custo do transporte da estrutura dos acampamentos, chegando-se a um gasto de R$ 540 mil. Foram feitas cerca de 10.800 viagens de caminhão. As 8 ambulâncias que acompanharam a marcha custaram R$ 136 mil. O aluguel dos banheiros químicos, incluindo transporte, reposição de produtos higiênicos e descarga, não sairia, no mercado, por menos de R$ 170 mil.

Aos sem-terra, 100 banheiros foram cedidos pelo governo de Goiás e outros 80, pelo do Distrito Federal. A coordenadora nacional do MST, Lúcia Barbosa, disse ao jornal paulista que o movimento não calculou quanto foi gasto. Mas considerou que o valor apurado pela reportagem não é alto, se considerada “a importância da marcha para toda sociedade”. Segundo ela, a maior parte dos gastos foi absorvida pelos próprios participantes.

“Eles guardaram dinheiro durante quase um ano para ajudar no custeio.” Entidades como a Igreja, organizações sociais e de sindicatos ajudaram com dinheiro, empréstimo de veículos e cessão de combustíveis, segundo ela.

 

Fotos: Marcello Casal (Jr/Abr)

 

 

 



Manifestantes do movimento dos sem-terra chegam a Brasília


Boletim Informativo nº 865, semana de 23 a 29 de maio de 2005
FAEP - Federação da Agricultura do Estado do Paraná

VOLTAR