Carne

Flutuação da qualidade e oferta implica
em restrição no mercado internacional

A necessidade da pecuária de corte paranaense avançar para ganhar em padronização e assegurar qualidade, volume e regularidade na oferta de carne para exportação foi a estratégia destacada para os criadores do Estado avançarem na conquista dos mercados mundiais, durante reunião temática em Curitiba (2) sobre a ampliação das oportunidades de negócios do setor.

Atendendo sugestão da Comissão de Bovinocultura de Corte, a FAEP e um grupo de pecuaristas paranaenses promoveram o encontro sobre o Mercado Internacional de Carne Bovina. O conferencista - o diretor executivo da Associação Brasileiras das Indústrias Exportadoras de Carne (ABIEC), Antônio Jorge Camardelli, manteve um debate de duas horas seguidas com pecuaristas, técnicos da Emater, de cooperativas agropecuárias, Iapar, Emater, Sindicatos Rurais e SEAB.

“O tema é bastante oportuno tendo em vista que o Brasil é hoje o maior exportador de carne bovina do mundo”, comenta Rubens Niederheitmann, coordenador do Programa de Produção de Carne e Leite a Base de Pasto do PR. O Paraná participa das exportações brasileiras com aproximadamente 4%.

Um dos pontos fundamentais e de maior peso para o interesse e formalização de novos contratos de exportação é a rastreabilidade brasileira, principalmente da parte dos maiores mercados mundiais muito exigentes, como os Estados Unidos, a Coréia e o Japão.

A palestra teve lugar no momento em que um grupo de pecuaristas paranaenses se organiza e estrutura uma Agência de Comercialização de Carnes Bovinas, para negociar em conjunto. Os agroempresários buscam alcançar 120 mil animais/ ano embarcados. Mas antes disto, destacou Camardelli “é preciso assegurar volume e constância de entrega. Ou seja, a regularidade e a continuidade no padrão de qualidade” que assegurarão a fidelidade do consumidor mundial.

O interesse no assunto é grande uma vez que os preços da carne bovina no mercado interno apresentam-se baixos enquanto o produto exportado obtém melhor remuneração. A questão é que o acesso a este mercado atualmente só ocorre para grandes frigoríficos que conseguem volume, qualidade e constância de oferta para fechar contratos.

Além disto, a exportação para a Europa - que paga os melhores preços- também sofre a restrição de volume em função de cota estabelecida (cota Hilton).

O Brasil tem uma cota de 5 mil toneladas/ano e exporta mais de 180 mil ton/ano para a Europa. O volume “extra - cota” sofre uma tarifação de aproximadamente 170%.

Para poder participar, os produtores precisam estar organizados com o objetivo de manter a regularidade do volume e da oferta. Por isto, o aumento das exportações do produto paranaense somente será possível através do fortalecimento das várias iniciativas em andamento no Estado, como a entrada da Cooperativa COROL no negócio carne, o fortalecimento das Alianças Mercadológicas e a organização da Agência de Comercialização de Carnes, que os produtores vêm procurando estruturar no Paraná.


Boletim Informativo nº 863, semana de 9 a 15 de maio de 2005
FAEP - Federação da Agricultura do Estado do Paraná

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