Embrapa comemora 32 anos
e lança novas tecnologias

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Empresa), em comemoração ao 32º aniversário, lançou dia 26 de abril uma outra série de tecnologias em pesquisa agropecuária. Entre elas estão o mapeamento em relevo do território nacional; o bioinseticida para combate do mosquito transmissor da dengue (Aedes Aegypt) e borrachudos; e uma máquina com capacidade de processar até 200 castanhas de caju por minuto. Informações da Agência Brasil.

Além das novas tecnologias, uma parceria com o

Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome ampliará o investimento em projetos de pesquisa e transferência de tecnologia voltados para o programa Fome Zero. Serão mais de R$ 6 milhões aplicados na área. De acordo com o diretor-presidente da Embrapa, Silvio Crestana, essa parceria favorecerá principalmente o produtor, que "por alguma razão ainda não tem acesso à tecnologia".

Com a parceria, a Embrapa espera beneficiar 500 mil pequenos produtores. São 62 projetos em implementação no semi-árido nordestino, na Amazônia, nas regiões central e sul. Segundo o diretor-executivo da empresa, Geraldo Eugênio, a idéia é que os projetos introduzam técnicas de fácil execução e possibilitem o aproveitamento sustentável dos recursos existentes nas propriedades. "Com essa parceria vamos sair de uma opção de assistência direta tentar levar a mudança na estrutura local. Gerar emprego e renda à essas famílias, que é o objetivo do Fome Zero", diz.

A execução dos projetos será feita pela Embrapa e pelas organizações estaduais de pesquisa agropecuária da Paraíba (Emepa), do Rio Grande do Norte (Emparn), de Pernambuco (Ipa) e do Mato Grosso do Sul (Empaer).

Criada em 1973, a Embrapa tem quatro eixos de atuação: garantir o abastecimento de alimentos nas cidades, levar desenvolvimento ao interior do país, preservar a base de recursos naturais do país e criar excedentes para exportação. Crestana afirma que esses objetivos foram atingidos. "O balanço nesses 32 anos é muito positivo. Hoje, 42% dos empregos gerados no Brasil são criados pela agricultura; 33% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional é devido a agricultura. São números favoráveis, então em todos os campos tivemos progresso. Cumprimos muito bem nossa função."

Empresa apresenta cultivares transgênicas

Em comemoração aos 30 anos de fundação, a Embrapa Soja deu mais um passo à frente lançando 20 cultivares de soja e duas de trigo. Segundo a Assessoria de Imprensa da Embrapa, são 13 cultivares de soja transgênica para todo o Brasil, sete cultivares convencionais e duas de trigo para o Paraná.

As sementes poderão ser comercializadas para os produtores rurais na safra 2005/2006. ‘’São cultivares que atendem nichos diferenciados’’, informa o chefe adjunto de Pesquisa e Desenvolvimento, João Flávio Veloso Silva, acrescentando que além dos 13 cultivares transgênicos, foram desenvolvidas cultivares da oleaginosa para o sistema orgânico, mais resistente a doenças, e que se adaptam ao sistema orgânico. ‘’Para uma outra cultivar, própria para alimentação humana, os pesquisadores conseguiram eliminar uma enzima (lipoxigenasis), que tira o gosto desagradável da soja’’, explica Veloso.

De acordo com ele, quando se lança um cultivar, o produtor tem um ganho de produtividade entre 1,5% a 2%, em razão de serem mais resistentes às doenças e possuírem uma adaptação a diferentes regiões do Brasil.

Convencional - Veloso afirma que o compromisso com o setor produtivo é manter forte o programa da soja convencional. ‘’A gente deve entrar com bastante cautela nesta questão dos trangênicos. Porém, haverá espaço e mercado para as duas - transgênica e convencional’’, salienta o pesquisador.

As pesquisas de soja transgênica começaram há oito anos, quando a Embrapa estabeleceu parceria com a Monsanto e teve aceso ao gene RR que confere tolerância ao herbicida glifosato. A multiplicação das sementes de soja transgênica da Embrapa foi realizada por 250 produtores de sementes de oito fundações de apoio à pesquisa, de todas as regiões produtoras de soja.

A Embrapa e seus parceiros produziram semente em 26,8 mil hectares, resultando em 670 mil sacas, que serão multiplicadas novamente na safra 2005/06, antes de chegarem, em grande escala, às mãos dos agricultores brasileiros.

Em 2000, a Embrapa assinou outro contrato, permitindo a exploração comercial do gene inserido nos materiais genéticos. Assim, a empresa introduziu o gene RR ao seu Banco de Germoplasma, que apresenta plantas de soja com alta capacidade de adaptação, boa qualidade de sementes, resistência às principais doenças de soja e ainda alto potencial de rendimento.


Boletim Informativo nº 862, semana de 2 a 8 de maio de 2005
FAEP - Federação da Agricultura do Estado do Paraná

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