A produção brasileira de café da safra 2005/2006 deve atingir 32,46 milhões de sacas, o que representa uma redução de 16,1% na comparação com a safra 2004/2005, que foi de 38,6 milhões de sacas. A informação foi dada hoje (22/04) pelo diretor do Departamento de Café do Ministério da Agricultura, Vilmondes Olegário. Informação da Agência Brasil.

O resultado do segundo levantamento, realizado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), situa-se no intervalo de 30,7 milhões e 33 milhões de sacas previstas no primeiro levantamento, divulgado em dezembro do ano passado.

A queda em relação à safra passada deve-se a baixa bianualidade das lavouras de café arábica, que deve ser de 23,3 milhões de sacas, contra as 31,1 milhões do período anterior. A cada ano, o ciclo de bianualidade traz alternância na produção total. Para o café robusta, as previsões indicam um crescimento de 21,7%, passando de 7,5 milhões de sacas em 2004/2005 para 9,2 milhões de sacas na safra atual.

O diretor de Logística e Gestão Empresarial da Conab, Silvio Porto, informou que nesta segunda estimativa já estão incorporadas as informações da GeoSafras. O novo método estatístico abrangeu 100% das lavouras dos estados de Espírito Santo e Minas Gerais, que junto com São Paulo, representam 80% da produção brasileira de café. Na próxima avaliação será incluído o estado de São Paulo e, posteriormente, os demais estados.

O sensoriamento remoto utiliza imagens de satélite, aparelhos de GPS, levantamentos de campo in loco e outras técnicas de informações geográficas para monitorar e estimar a extensão da área plantada. Para o próximo ano, o GeoSafras também será utilizado para monitorar tanto a área plantada como a produção.

O diretor do Departamento do Café do Mapa, Vilmondes Olegário, estima que, em função da recuperação dos preços e do aumento expressivo do uso de tecnologia, o Brasil pode colher uma excelente safra de café no próximo ano. "Se o clima contribuir, a produtividade na safra 2006/2007 pode ficar acima da média".

Preços - Olegário afirmou que o mercado aponta para preços remuneradores até dezembro. A Bolsa Mercadorias & Futuros (BM&F) está negociando o café arábica a US$ 153,00 a saca para o mês de maio, US$ 154,90 para junho, US$ 156,60 para setembro e US$ 160,00 para dezembro. "Os preços estão num patamar razoável. A manutenção vai depender da cadência da entrada da safra no mercado e da qualidade do grão."

Leilões - O diretor também apresentou um balanço dos leilões realizados pelo governo para dar sustentação aos preços. Foram comercializadas 482 mil sacas do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé) e 177 mil provenientes de contratos de opção, totalizando 660 mil sacas, com recursos da ordem de R$ 134 milhões.