Produtores rurais do Paraná e de Santa Catarina foram surpreendidos pela realização de consultas públicas para criação de oito áreas de preservação nos dois estados. Idealizadas pelo Ministério do Meio Ambiente e IBAMA, em conjunto com os órgãos ambientais estaduais, as consultas deveriam esclarecer a população sobre a intenção do governo de implantar oito áreas de preservação nos dois estados. O presidente da FAEP, Ágide Meneguette (foto), enviou ofício ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ministros contestando a conduta dos órgãos governamentais.

Segundo informações de produtores locais, as consultas públicas que estavam previstas para acontecer nos municípios de Imbituva (dia 18), Ponta Grossa (dia 19), Tuneiras do Oeste (dia 20), Abelardo Luz (26), Ponte Serrada (26) e Palmas (27), os produtores de surpresa porque não foram divulgadas.

Como a divulgação das consultas pelo Ministério e pelo IBAMA foi deficiente, nos municípios de Imbituva e Ponta Grossa a participação dos produtores foi pequena. Porém, segundo informação do Sindicato de Ponta Grossa, pessoas de outras regiões interessadas na criação do parque, como estudantes universitários de Curitiba, marcaram presença diluindo a participação da população local.

Em Tuneiras do Oeste e Cianorte, tanto o Sindicato Rural quanto a Companhia Melhoramentos, principal empresa afetada pela reserva proposta para a região, receberam o convite com uma semana de atraso.

No caso de Palmas, Abelardo Luz e Ponte Serrada, onde houve tempo para a mobilização, as reuniões acabaram suspensas em virtude da grande quantidade de pessoas presentes, pondo em risco a segurança.

As reuniões que ocorreram, por sua vez, foram superficiais e a equipe do Governo não prestou esclarecimentos adequados à população. Nem mesmo a identificação dos proprietários afetados foi apresentada. Apenas uma imagem de satélite com a delimitação da área. Quanto à indenização das áreas a serem desapropriadas, as informações prestadas pelo IBAMA foram genéricas, mas a expectativa é de que os valores previstos sejam abaixo do valor de mercado.

Na região de Ponta Grossa as entidades do setor, Sindicato Rural, Sindicato da Madeira, Sociedade Rural, Cooperativa Batavo estão promovendo a organização dos produtores para buscar a impugnação da consulta realizada, uma vez que ela não cumpriu sua função de esclarecer a população.