Redução de verba para a defesa agropecuária assusta produtores |
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O Governo federal decidiu cortar R$ 137 milhões do orçamento da Secretaria de Defesa Sanitária do Ministério da Agricultura provocando fortes reações entre produtores, exportadores, secretarias de agricultura e analistas do setor de carnes. O ex-ministro da Agricultura e atual presidente da Associação Brasileira da Indústria Exportadora de Carne (Abiec), Marcus Vinicius Pratini de Moraes (foto), disse que a redução dos recursos para a defesa agropecuária é preocupante. Segundo ele, o pior é o governo divulgar isto quando existe uma |
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missão americana no País vistoriando os frigoríficos exportadores. Para Pratini, estão cada vez menores as chances de o Brasil exportar carne in natura para os EUA no curto prazo. Analistas da empresa Tendências Consultoria acreditam que a redução das verbas pode ser um "tiro no pé". Eles temem que pode acontecer uma queda no número de ações de combate a doenças como aftosa, onde o Brasil já venceu muitos obstáculos, e provocar um retrocesso. "Se um novo foco aparecer, afetará as exportações, a balança comercial e a imagem do País lá fora. Veja o que aconteceu com a Argentina. O foco de aftosa que surgiu depois de os argentinos terem praticamente erradicado a doença fez com que o país perdesse mercado", alertam os analistas. Em reportagem divulgada pela Agência Estado, o presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs), Pedro de Camargo Neto, lembra que o corte de recursos abre espaço para que a ocorrência de qualquer acidente sanitário no País seja trágica. "E não apenas para o setor agrícola, mas para toda cadeia do agronegócio, que tem sido bastante generosa para o equilíbrio da balança comercial", disse. Para o pesquisador Sérgio de Zen, da Esalq/USP, "falta percepção do risco". Ele ressaltou que a economia de R$ 100 milhões pode colocar em risco as exportações de carne suína, bovina e de frango, que somam receita cambial de US$ 5 bilhões/ano. O ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, reconheceu que os cortes podem deixar o setor de carnes vulnerável. Mas disse que está em negociação com o Ministério do Planejamento e outros setores do governo para que o contingenciamento seja revisto. Ele afirmou que o montante de recursos ideal para realizar os serviço de Defesa Agropecuária seria de R$ 250 milhões. |
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Boletim Informativo nº 860,
semana de 18 a 24 de abril de 2005 |
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