Plantio direto atinge mais de
14 milhões de ha na Argentina

Apesar de ter começado na Argentina apenas nos anos 90, o sistema de plantio direto teve crescimento vertiginoso no país vizinho, atingindo hoje praticamente 50 % da área total agrícola. O avanço do sistema teve uma relação direta com o trabalho da Associação Argentina de Produtores em Plantio Direto (AAPRESID) em parceria com o Instituto Nacional de Tecnologia Agropecuária (INTA), similar à Embrapa.

A missão técnica da FAEP que esteve em visita à Argentina, no período de 28 de fevereiro à 05 de março, conheceu parte do trabalho da Associação


Técnico demonstra para os produtores os cultivos de
milho com diferentes doses de fertilização nitrogenada

Argentina de Produtores em Plantio Direto (AAPRESID). A AAPRESID montou estações agrícolas especiais na III Feriagro, na província de San Pedro, uma das principais feiras agropecuárias do país.



Técnico da AAPRESID mostra estação que verifica
a saúde do solo


   As quatro estações foram chamadas de "Caminho do Conhecimento", demonstrando os benefícios do plantio direto e das boas práticas agrícolas. Conduzidos pelo Engenheiro Agrônomo Juan Carlos Mettifogo, os integrantes da Comissão Técnica de Grãos da FAEP puderam ver, na primeira estação, o vertiginoso crescimento do plantio direto nos países sul-americanos, em especial na Argentina, com significativa redução da degradação e erosão dos solos.

Seguindo um pouco adiante pelo "Caminho do Conhecimento", os produtores paranaenses

descobriram um novo espaço de reflexão, representado por um ensaio didático que demonstra a importância de uma adequada estratégia de fertilização nitrogenada aliada a rotação de cultivos, manejo integrado de pragas, ou seja, ferramentas básicas que devem acompanhar o sistema de plantio direto.


   Nesta parada os produtores tiveram a oportunidade de verificar a diferença entre quatro tratamentos distintos de doses de nitrogênio aplicados no cultivo de milho. As doses vão desde um plantio sem fertilização até um cultivo com um máximo de 500kg de nitrogênio por hectare, passando por situações intermediárias com 60 e 200 kg/ha. Numa passada de olhos as diferenças são perceptíveis e evidentes. Num cultivo têm-se um milho com não mais de 25 cm de altura, amarelado e desigual, contrastando com outro pedaço de terra com um milho de 60 cm, verde intenso e uniforme, mostrando a importância da aplicação correta de fertilização nitrogenada. Aqui, nesta estação, os membros da Comissão puderam manusear um sensor remoto (GreenSeeker) que diagnosticava o estado nutricional e as necessidades de nitrogênio do cultivo.

Após esta primeira demonstração de tecnologia já disponível nos campos, seguiram para a terceira estação que nada mais era que uma parede verde



Técnica demonstra uma estação meteorológica, onde se acompanha em tempo real, chuva, temperatura, ventos, umidade do ar, temperatura do solo, molhamento da planta.
A estação fica conectada com o computador do escritório.
Com esse monitoramento se consegue simular se vai
ocorrer uma doença ou praga. Também serve para ver se
as condições climáticas são apropriadas para a aplicação
de defensivos ou não, bem como fazer relações entre
o clima com a produtividade. No detalhe, produtor
verifica resultados em tempo real.

de milho de um lado e um espetacular plantio de girassol do outro, que sintetizam a idéia que o plantio direto não é somente de soja.

Mais à frente, ainda na terceira estação, vislumbra-se um conjunto de instrumentos cuidadosamente montados e que despertou a curiosidade de todos. Tratava-se de instrumentos experimentais para medir e avaliar a saúde do solo e uma mini-estação meteorológica com dispositivos digitais, que também foi um atrativo à parte para os produtores do Paraná, que puderam ver de perto e, em tempo real, a medição e registro das condições de umidade, temperatura, duração e intensidade de geadas, chuva, precipitações e radiação solar do lugar.


O equipamento pode ser conectado ao computador do escritório, processando os dados e formando estatísticas e diagnósticos que melhoram a produção.

Na última parada se propõe uma nova reflexão sobre como fazer e mostrar uma agricultura ambientalmente responsável. Neste ponto vale salientar que a AAPRESID tem uma preocupação muito forte com o meio ambiente, sendo este um de seus maiores valores. Com os slogans "Um horizonte não tão distante" e "O desafio é inovar" a AAPRESID se propõe a deixar aberta para os produtores a porta da certificação da agricultura argentina.


Boletim Informativo nº 858, semana de 4 a 10 de abril de 2005
FAEP - Federação da Agricultura do Estado do Paraná

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