Volume de perdas pela estiagem
ultrapassa 23% no Estado do Paraná

Soma 4 milhões de toneladas o volume de perdas assinalado no último levantamento dos prejuízos causados pela estiagem na safra agrícola 2004/2005 do Paraná. Os números foram atualizados pelo vice-governador e secretário, Orlando Pessuti, terça-feira passada (22), após pesquisa de campo feita por técnicos da Secretaria Estadual da Agricultura e Abastecimento (SEAB). A ampliação da área atingida pela seca fez com que mais três municípios do Centro do Estado- Candói, Cândido de Abreu e Nova Laranjeiras-, fossem incluídos na lista para receberem a ajuda do Governo Federal. O número subiu de 48 para 51 Municípios com estado de emergência decretado pelas prefeituras, reconhecido pelo Governo do Estado.

A escassez de chuvas que castigou o Paraná entre janeiro e fevereiro já provocou perdas próximas a 17% na produção total de grãos do Estado, afetando principalmente a economia do Sudoeste do Estado, onde foram registradas perdas de até 55% das lavouras. A expectativa de produção estadual estimada em 28 milhões de toneladas foi reduzida para 24 milhões de toneladas., com perdas de até 55% nas lavouras.

As chuvas da semana de Páscoa aliviaram a situação de algumas regiões onde a seca estava impedindo o plantio da segunda safra de milho. Mas chegou tarde demais para a primeira safra – a esperada safra de verão- que amarga prejuízos avaliados em R$ 2,1 bilhões. Os impactos negativos começam a ser observados no Valor Bruto da Produção Agropecuária, que baixou de R$ 28 bilhões para R$ 27,6 bilhões.

O Governo do Estado anunciou medidas de socorro as regiões mais atingidas, com o objetivo de minimizar os efeitos da estiagem no Paraná. São elas :

>> Disponibilização de maquinários da Companhia de Desenvolvimento Agropecuário do Paraná (Codapar) e do Departamento de Estradas de Rodagem (DER) d para abertura de açudes e das áreas de captação de água nos municípios mais atingidos.

>> Distribuição de sementes e calcário para os produtores mais pobres plantarem a próxima safra.

>> Elaboração de laudos da Emater, para fins de seguro rural, após os técnicos da extensão rural visitarem as propriedades. O Paraná tem 119 mil pequenos produtores inscritos no Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) com direito ao Proagro.

A Secretaria Estadual da Agricultura recomenda aos agricultores para não fazerem a colheita. Devem esperar que os peritos e extensionistas da Emater visitem e avaliem a extensão dos prejuízos causados pela estiagem. Os produtores também devem requerer a presença de um perito do banco para fazer a avaliação das perdas.

O Governo do estado assegurou que o socorro é extensivo aos agricultores mais pobres, que plantaram sem financiamento do Pronaf. Nos próximos dias, o governo vai divulgar ainda os novos valores da bolsa- estiagem.

SOJA PERDE MAIS – Segundo a SEAB, a safra de soja já sofreu uma redução de 23,37%, e a estimativa de colheita caiu de 12,4 milhões de toneladas para 9,5 milhões de toneladas. Só a soja apresenta um prejuízo financeiro de R$ 1,67 bilhão.

O prejuízo do milho da safra normal atinge R$ 136 milhões, com a produção inicial de 7,2 milhões de toneladas reduzida para 6,7 milhões de toneladas. OU seja, o milho apresenta uma quebra de 7% na produção. O clima prejudicou também o plantio do milho safrinha, que deverá ter uma quebra de 9,8%, com perda de 335 mil toneladas. A produção estimada foi reduzida de 3,4 milhões de toneladas para 3,07 milhões de toneladas.

O baixo índice de chuvas afetou também os plantios de grãos da safra de inverno do Paraná, que será menor do que o esperado. Muitos produtores tiveram que atrasar a semeadura do milho 2ª safra. O diretor da SEAB, Newton Pohl Ribas disse também que a seca afetou a pecuária de corte e leite, secando pastagens de pastagens e dificultando o abastecimento de água dos animais. Em algumas regiões, os abates de bovinos, suínos e aves foram antecipados para reduzir o consumo de água.