Tendências
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O economista Flávio Roberto de França Junior, diretor-técnico da área de Soja e Oleaginosas do Grupo Safras, apresentou no Seminário Tendências do Mercado e Projeções para Suprimento da Soja para 2004/05, um panorama mundial da soja, enfatizando a expectativa de crescimento da economia mundial entre 4,5% a 5,0% para 2005 e a sinalização de demanda mundial firme. A Ásia tem estimativa de expansão econômica entre 7,0% a 7,5% e a China, principal mercado para a soja em grão e óleo, tem crescimento previsto entre 8,0 a 8,5% para 2005. A demanda mundial firme é alavancada pela expansão da produção e comercialização de carnes, principalmente de carnes brancas (carne de aves: + 3,56%; carne suína: + 1,86% e carne bovina: + 0,16%). No cenário interno, França Júnior entende que o quadro geral é de otimismo, via reabertura do crédito externo e queda no risco Brasil. O quadro brasileiro aponta um crescimento do PIB entre 4,5% a 5,0% para 2005 e taxas de juros entre 16 a 17% até dezembro de 2005 (hoje 19,25%). A Bolsa de Mercadorias e Futuros (BMF) trabalha com projeções da taxa de câmbio para 2005 entre R$ 2,70 a R$ 2,90/US$. BOLSA DE CHICAGO (CBOT) Os preços internacionais entraram em 2004 em patamar próximo a US$ 8,00/bushel (US$ 17,64/saca), registrando pico de preços em fins de fevereiro de US$ 9,62/bushel (US$ 21,20/saca). Os preços internacionais no período março/maio de 2004 alcançaram o maior nível desde junho de 1988 e pela quarta vez na história superior a US$ 10,00/bushel (US$ 22,05/saca). A queda registrada a partir de junho decorreu da combinação de aumento da área plantada e configuração de grande safra nos Estados Unidos (85,48 milhões de toneladas) e expectativa de safra recorde na América do Sul. Os preços voltaram para US$ 5,00/bushel, correspondente a US$ 11,02/saca. A produção mundial passou de 189 milhões de toneladas para 215 milhões de toneladas, um crescimento de 14% em relação à produção de 2003/04. A partir da 1ª quinzena de fevereiro/05, com as notícias a respeito da seca nas principais regiões produtoras do Brasil, o preço na Bolsa de Chicago passou a registrar recuperação e as cotações alcançaram US$ 6,80/bushel, passando de US$ 11,26/saca para US$ 15,01/saca em meados de março. Conforme França Júnior, a Bolsa de Chicago já absorveu as altas decorrentes da quebra da safra brasileira e este nível de preços poderá ter sustentação até abril próximo. O cenário de preços na Bolsa de Chicago sinaliza:
Estados Unidos, 1º produtor mundial de soja, sinalizava redução de 3% na área plantada com soja na safra 2005/06, haja vista os preços baixos até fevereiro e a preocupação com a ferrugem asiática; A Bolsa de Chicago com preços entre U$S 6,15/bushel a US$ 6,20/bushel (US$ 13,56/saca e US$ 13,67/saca, respectivamente) não é um quadro atrativo para os produtores norte-americanos e os produtores tendem a migrar para o milho; A soja cotada a US$ 7,00/bushel (US$ 15,43/saca) poderá levar os produtores norte-americanos a permanecerem na soja e não reduzir a área plantada na safra 2005/06; Importância da avaliação e definição final da safra na América do Sul (março/abril); Definição da área plantada nos Estados Unidos nos meses de abril/maio; o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgará em 31 de março, a primeira estimativa de plantio da safra norte-americana na safra 2005/06; Comportamento do clima nos Estados Unidos no período junho/agosto; Preços na Bolsa de Chicago ainda com chances de aumento caso as perdas na América do Sul se agravem; Clima semelhante ao ano de 2004 sem previsão de ocorrência de El Niño ou La Niña. Prêmio Exportação em 2005: O prêmio em Paranaguá de US$ 8,00/cents/bushel ainda é positivo e as sinalizações até maio são de prêmios positivos. A média janeiro/fevereiro de 2005 foi positiva (US$ 18,59/t). Em 2004 o prêmio exportação em Paranaguá iniciou negativo em janeiro (-US$ 8,04/t), com recorde de prêmio negativo registrado em junho (-US$ 60,63/t) e se estendeu até julho (-US$ 37,49/t), voltando a ser positivo a partir de agosto. A média de 2004 foi de -US$ 15,46/t.
Forte demanda interna alavancada pelo setor carnes: bovinos (+4,2%); aves (+3,6%) e suínos (+3,4%); Crescimento do esmagamento de soja e das exportações do complexo soja; Estimativa produção brasileira safra 2005/06: USDA: 59,0 milhões de toneladas (março/05) SAFRAS & MERCADO: 51,9 milhões de toneladas (16.03.05) CONAB: 53,1 milhões de toneladas (21.03.05) Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (ABIOVE): 53,9 milhões de toneladas (março/05) Produção crescendo menos, estoques de soja em grão caindo, mas subindo no farelo e óleo; 2005: exportações brasileiras previstas em 20 milhões de toneladas e estoques finais de 678 mil toneladas; Estimativa de Safras & Mercado para a produção do Paraná é de 9,5 milhões de toneladas e produtividade média de 2.300 kg/ha; Na safra 2004/05 foram realizadas poucas vendas pré-fixadas e a comercialização média do Brasil até 01 de março, conforme levantamento de Safras & Mercado é de 27% (13,9 milhões de toneladas) contra 40% (20,0 milhões de toneladas) em igual período da safra passada; O Paraná comercializou 10% na safra 2004/05 (960 mil toneladas) contra 19% na safra 2003/04 (1,9 milhão de toneladas); Flávio França Junior recomenda aos produtores adotarem estratégia de comercialização porquanto se esperarem demais poderão perder oportunidade de mercado; As exportações brasileiras no período janeiro/fevereiro mostram o seguinte desempenho:
Gilda Bozza Borges |
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Boletim Informativo nº 857,
semana de 28 de março a 3 de abril de 2005 |
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