Paraná
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Por conta das perdas ocorridas entre o plantio e a pré-colheita nas culturas de arroz, feijão, milho, soja e trigo, o Paraná deixou de colher cerca de 6,6 milhões de toneladas de grãos, correspondendo a 23% das perdas brasileiras, que no mesmo período chegaram a 28 milhões de toneladas entre 1996 e 2000. Os números fazem parte da pesquisa Indicadores Agropecuários do IBGE, que analisou e quantificou o desperdício dos principais grãos da agricultura brasileira, em conjunto com outros organismos. A cultura mais prejudicada no Paraná foi o milho, que neste período deixou de colher 3,5 milhões de |
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toneladas, contra uma perda brasileira de 4,1 milhões de toneladas. Vale lembrar que o Paraná é o maior produtor de milho do Brasil. O maior prejuízo foi verificado na safra de 2000, quando 21% da produção de milho – 1,95 milhão de toneladas – deixou de ser colhidas. Segundo explicou o tecnólogo do IBGE, Roberto Augusto Duarte, as perdas do milho decorreram do clima, mais especificamente a estiagem que atingiu as lavouras na sua segunda safra, a chamada safrinha, feita como alternativa aos cultivos de inverno. Também causam desperdício a qualidade das sementes, além de doenças e pragas. O segundo produto agrícola paranaense com a maior perda, no período analisado pelo IBGE, foi o trigo, cujo prejuízo na fase do plantio a pré-colheita foi de 1,426 milhão de toneladas. As maiores quebras nesta cultura foram verificadas nos anos de 2001, com 719.723 toneladas ou 50,7% da produção, e em 2002, com prejuízo de 443.153 toneladas – 20,91% do total plantado. No caso da soja, a perda no estado entre 1996 e 2002 atingiu 842.340 toneladas, enquanto que o feijão somou 242.491 toneladas. Como o Paraná dedica uma área menor para o plantio de arroz, as perdas dessa cultura também foram menores. Mesmo assim, chegaram a 50.783 toneladas, sendo que a maior perda ocorreu no ano de 1997, com 31.696 toneladas, ou 15,26% do total plantado. Roberto Duarte ressalta que o estudo foi dedicado somente às perdas do plantio à pré-colheita – não entrando no cálculo o prejuízo computado após a colheita (veja box). O trabalho se dividiu em duas partes: na primeira, analisa a quebra de safras ocorridas da semeadura até antes da colheita, entre 1996 e 2002; na segunda, sistematiza a origem e o destino dos principais grãos brasileiros (arroz, feijão, milho, trigo e soja), de 1997 a 2003. Também foi analisada a disponibilidade interna per capita de carboidratos, lipídios e proteínas obtidos do arroz beneficiado, farinha de trigo e feijão. O estudo mostra ainda que, se as perdas da primeira fase são resultantes de fatores incontroláveis, como clima e doenças, as perdas durante a colheita decorrem de erros na regulagem de máquinas ou de limitações próprias da colheita manual. Na fase de pós-colheita, as perdas ocorrem no armazenamento incorreto. O tipo de transporte também contribui para o desperdício. No Brasil, cerca de 67% das cargas são deslocadas pelo meio rodoviário, o que resulta nas maiores perdas em longas distâncias.
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Boletim Informativo nº 856,
semana de 21 a 27 de março de 2005 |
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