Norte Pioneiro alerta para crise na
comercialização sa safra de verão

Entidades da agropecuária do Norte Pioneiro iniciaram uma mobilização por medidas de apoio aos produtores de grãos, prejudicados pela queda de preço do trigo e dos produtos da safra de verão. Preocupados, os dirigentes alertam que o trigo colhido no ano passado ainda permanece nos silos. "O agricultor precisa que os custeios e investimentos sejam alongados por várias safras, de forma que esta safra sirva para minimizar os seus problemas, permitindo-lhes manter a atividade e os milhares de empregos da cadeia produtiva".

O movimento é liderado pelos presidentes do Núcleo de Sindicatos Rurais do Norte Pioneiro e do Sindicato de Santa Mariana, Anselmo Bernardelli; da Sociedade Rural de Cornélio Procópio, Paulo José Vilela de Carvalho; e do Sindicato Rural de Cornélio Procópio, Floriano José Leite Ribeiro.

"Representamos 8.869 propriedades rurais, distribuídas em 23 municípios de nossa região, das quais 77% são pequenas propriedades, onde famílias trabalham a terra, para a sua sobrevivência. Causa-nos extrema preocupação, a atual crise na agricultura, com perspectivas sombrias a médio e longo prazo se não houver ação imediata das autoridades com poder regulador do mercado.

O trigo colhido no ano passado, de excelente qualidade, permanece nos silos, porque o preço mínimo estabelecido pelo governo não foi respeitado. Quem precisar, terá que vendê-lo a preços abaixo dos custos de produção e, por conseqüência, realizar prejuízos. Os preços da soja e do milho despencaram cerca de 50% no último semestre e não cobrem os custos de produção. No limiar de mais uma colheita, além do colapso dos preços internacionais, não temos silos disponíveis pois, conforme dito, estão entupidos com a safra de trigo.

Diante do panorama exposto, esperamos que o governo exerça o seu poder regulador, tomando medidas eficazes para os produtores agrícolas, única forma de permitir que a agricultura continue a ser um negócio viável, que no ano passado foi responsável por 37% da geração de empregos no Brasil e por 31% do PIB. Além disso, que nossas autoridades compreendam ser impossível aos agricultores honrarem os seus compromissos com as instituições financeiras, incluindo o Banco do Brasil. Aos preços atuais, os produtores rurais não conseguem refazer os seus caixas abalados pelos déficits dos últimos seis meses.

Em suma, o agricultor precisa que os custeios e investimentos sejam alongados por várias safras, de forma que esta safra, mesmo vendida a preços vis, sirva para minimizar seus problemas, permitindo-lhes manter a atividade e os milhares de empregos da cadeia produtiva.

Anselmo Bernardelli
Presidente do Núcleo dos Sindicatos Patronais do Norte Pioneiro e do Sindicato Rural de Santa Mariana

Paulo José Vilela de Carvalho
Presidente da Sociedade Rural da Região de Cornélio Procópio

Floriano José Leite Ribeiro
Presidente do Sindicato Rural Patronal de Cornélio Procópio


Boletim Informativo nº 853, semana de 28 de fevereiro a 6 de março de 2005
FAEP - Federação da Agricultura do Estado do Paraná

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