Santa
Catarina fará ato público |
||
O sindicalista foi morto com tiro de carabina na cabeça |
||
Ato público programado para o dia 16 de fevereiro, às 9h30, em Abelardo Luz, no Oeste catarinense reunirá 3.000 lideranças para assinalar o primeiro ano do assassinato – ainda impune – do líder sindical Olices Stefani (foto). A manifestação está sendo organizada pela Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc), pelos Sindicatos Rurais e pelas Comissões Nacionais de Assuntos Fundiários e de Assuntos Indígenas da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). O ato será promovido na entrada da cidade de Abelardo Luz, no quilômetro 37 da rodovia SC-467 e consistirá de pronunciamentos, leitura de manifestos e descerramento de placa indicativa de futuro monumento em memória ao sindicalista assassinado. Reunirá dirigentes sindicais, lideranças do agronegócio, prefeitos, deputados, senadores e diretores de federações e confederações, ao lado de produtores rurais de Santa Catarina e do Sul do Brasil. |
|
|
O sindicalista foi assassinado com tiro de carabina na cabeça quando encontrou-se com grupo de indígenas que obstruíam a rodovia e ameaçavam invadir propriedades rurais – inclusive a do dirigente sindical morto. A Faesc, ao lado de todas as demais entidades do agronegócio catarinense, exigiu a mais rigorosa apuração dos fatos e a punição dos responsáveis, mas a ação policial tem sido, até agora, decepcionante. Por envolver indígenas, o caso circunscreve-se na esfera da Polícia Federal que somente neste mês entregou o inquérito à Justiça Federal. O crime teve repercussão nacional e o Senado chegou a convocar uma audiência pública para discutir a questão indígena, em Brasília. Deputados catarinenses pediram a instalação de uma CPI para investigar a Funai devido à constatação de que um veículo da FUNAI (Fundação Nacional do Índio) escoltou os ônibus que transportaram o grupo de caingangues da Reserva de Mangueirinha (PR) para invasão de terras no local do crime. O vice-presidente da Faesc, Enori Barbieri, estranha a lentidão das investigações, observa, apontando a rapidez e a eficiência com que a Polícia Federal resolveu o caso dos fiscais do Ministério do Trabalho recentemente assassinados em Minas Gerais. Compara que, se a vítima fosse um índio, a atenção do governo federal teria sido mais enérgica e, a essa altura, o criminoso estaria preso. Isso, segundo o dirigente, revela a falta de equilíbrio e eqüidade de alguns organismos governamentais no trato das questões indígenas e fundiárias.
|
|
|
Boletim Informativo nº 851,
semana de 7 a 13 de fevereiro de 2005 |
VOLTAR |