Imposto de Renda antecipado

FAEP vai apelar aos deputados
federais para rejeitar artigo da MP

Segundo a entidade, o Governo Federal parece que esquece o fato de
o setor agropecuário ter concorrido efetivamente para os 33 bilhões
de dólares de saldo na balança comercial brasileira

   O presidente da FAEP, Ágide Meneguette, vai pedir aos deputados federais que rejeitem o artigo 6 da MP 232, que fará com que os produtores rurais antecipem o pagamento do Imposto de Renda para, se for o caso, compensar no ano que vem.

Segundo Meneguette, trata-se de um dispêndio efetivo de dinheiro num ano em que a agropecuária enfrenta preços baixos e custos altos. "Infelizmente o dispositivo entra em vigor no dia 1º de fevereiro, enquanto o Congresso estiver em recesso", alerta o presidente da FAEP.

Ele apela aos deputados para que tão logo os trabalhos legislativos reiniciem no Congresso

Ágide Meneguette: Os produtores rurais não podem
pagar por pretensas "gentilezas" do Governo Federal

Nacional que rejeitem o mencionado artigo, que foi colocado para compensar a redução na base de cálculo do Imposto de Renda das pessoas físicas. "Os produtores rurais não podem pagar por pretensas "gentilezas" que o Governo Federal acha que está fazendo para um grande número de brasileiros que já pagam muito imposto de renda", diz Meneguette.

"Idéia de Jerico" - No início do mês os jornais do Paraná (Boletim Informativo 848) publicaram um artigo do presidente da FAEP classificando a decisão como "idéia de Jerico". No texto, Meneguette lembra que como o Congresso está em recesso e a medida estranhamente entra em vigor a partir de 1º de fevereiro - nem a noventena foi respeitada – os produtores terão de engolir a Medida Provisória até que o dispositivo seja suprimido. "Vá ter falta de sensibilidade lá na "caixa-prego". E ainda propalar com a cara mais lavada do mundo que "não há aumento da carga fiscal", escreveu Meneguette.

Ele diz ainda que o Governo Federal parece que esquece o fato de o setor agropecuário ter concorrido efetivamente para os 33 bilhões de dólares de saldo na balança comercial brasileira. Esquece, também, que este ano os preços da maioria dos produtos agrícolas caíram enquanto os custos de produção desta safra subiram cerca de 20%. Um ano mau para o setor, que não precisava de mais uma tortura como esta, engendrada à sorrelfa.

"Ao assinar uma Medida Provisória com este objetivo, o presidente Lula está demonstrando desprezo pelos agricultores, apesar do seu governo estar sendo altamente beneficiado pelo trabalho do campo, que tem criado empregos e divisas que vem permitindo o crescimento do país. Idéia de Jerico que só merece o repúdio da sociedade brasileira", finaliza Ágide Meneguette.