Mais
produção, menos renda |
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O Paraná deve produzir 12 milhões de toneladas de soja este ano, um novo recorde, mas a sua performance nas exportações não será a mesma. Na análise do presidente da FAEP, Ágide Meneguette, "para uma exportação maior do complexo soja – que lidera a pauta de exportação – vamos ter uma receita menor". Meneguette lembra que, no ano passado, os preços da soja foram excepcionais, chegando a mais de R$ 50,00 a saca. Com a safra americana também batendo recordes – mais de 82 milhões de toneladas – o preço caiu para algo em torno de R$ 32 a R$ |
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34,00 a saca, com duas agravantes: o custo de produção subiu de 15 a 20% - dependendo da tecnologia usada – e o dólar vem caindo. Veja a análise de Meneguette sobre as perspectivas em relação a outras importantes culturas da agropecuária paranaense. Milho. No ano passado o Paraná exportou mais de 4 milhões de toneladas de milho. Como a produção mundial aumentou, os produtores do Paraná – e do Brasil – se retraíram por causa dos preços. Assim, observa o presidente da FAEP, não deverá haver exportação de milho, que ficará para o mercado interno. Trigo. Para os produtores de trigo permanece o pesadelo do final do ano passado: uma produção superior a 3 milhões de toneladas com preços abaixo do mínimo, sem mercado e com pouquíssimo apoio do governo para sustentação da comercialização. Portanto, a estimativa é que haverá uma redução na produção este ano. Café, açúcar e álcool. Para outros produtos a situação é diferente: o café está com bons preços e boas perspectivas de produção, o mesmo ocorrendo com o açúcar e principalmente com o álcool combustível para países que precisam reduzir a poluição provocada pela queima de combustível fóssil. Carnes. Na análise de Meneguette, há boas perspectivas de que a exportação de frango será mantida nos mesmos níveis, podendo até crescer. O mesmo poderá ocorrer com a carne suína, se houver um entendimento com as autoridades russas – a Rússia é nosso maior cliente. O problema está na exportação de carne bovina, com a intervenção da Polícia Federal no Grupo Margen, que controla os únicos três frigoríficos credenciados para abate e exportação para a União Européia, nosso maior mercado. O preço do boi já baixou e os pecuaristas estão encontrando dificuldade para comercializar sua produção. Resumo. O presidente da FAEP diz que, de uma forma geral, a Agropecuária do Paraná vai produzir muito em 2005, mas a um custo maior e com uma renda menor. "Além dessas condições de mercado, é preciso salientar a existência de graves obstáculos na infra-estrutura: rodovias sucateadas, cobrança de pedágio acima do razoável no Anel de Integração, ferrovias com sérios problemas de operação, exigindo novos e urgentes investimentos, e um porto com problemas de investimentos e de regras operacionais", conclui Meneguette. |
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Boletim Informativo nº 848,
semana de 17 a 23 de janeiro de 2005 |
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