Agronegócio
garantiu superávit |
Nos últimos dois anos, as exportações do agronegócio cresceram US$ 14,2 bilhões e o superávit comercial do setor deu um salto de US$ 13,7 bilhões. Os sucessivos recordes históricos levaram a balança do setor a fechar 2004 com um saldo positivo de US$ 34,134 bilhões, resultado 32,1% superior aos US$ 25,8 bilhões registrados em 2003. E as exportações do agronegócio bateram a expressiva marca de US$ 39,016 – 27,3% acima dos US$ 30,6 bilhões do ano anterior. A informação foi divulgada pela Agência Brasil. O avanço do agronegócio no exterior, segundo dados divulgados pela Secretaria de Produção e Comercialização do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, foi ancorado no bom desempenho de produtos como a carne bovina, suína e de frango, complexo soja (grão, farelo e óleo), açúcar, álcool e madeiras. Juntos, esses produtos explicam 71% do aumento das exportações do setor em 2004. Café, fumo, lácteos e algodão também tiveram uma boa performance. "O saldo do agronegócio em 2004 foi mais uma vez espetacular. Exportamos para mais de 150 países, principalmente nos complexos carnes, soja e sucroalcooleiro", afirma o ministro Roberto Rodrigues. "Teremos uma safra recorde de 130 milhões de toneladas e um aumento expressivo nos preços de açúcar, etanol e café em 2005. Por isso, esperamos repetir esses números, embora os preços de algumas commodities tenham caído. Mas temos uma expectativa favorável e o desempenho deve ser tão bom quanto em 2004". Previsões - Segundo o ministro Rodrigues, é possível que o saldo comercial positivo não seja "tão expressivo" quanto os US$ 34,134 bilhões deste ano. "Mas, ainda assim, o superávit do agronegócio continuará a alavancar o saldo da balança global brasileira", diz. Os dados da balança mostram que o agronegócio foi responsável por 40,5% das exportações globais do Brasil, que totalizaram US$ 96,475 bilhões. Os principais destaques das exportações do agronegócio foram o complexo soja (+23,7%), carnes (+50,4%), madeiras (+44,3%), lácteos (+50%), café (+32,9%), açúcar e álcool (+36,6%), borracha natural (+41,9%), fumo (+30,8%) e cereais, farinhas e preparações (+89%). De carona no crescimento da economia mundial, que gerou mais demanda por bens e preços mais altos, o agronegócio brasileiro também foi beneficiado por problemas sanitários em importantes exportadores de carnes e pela abertura de novos mercados no exterior. No total, o complexo soja gerou US$ 10,047 bilhões em divisas, ante US$ 8,1 bilhões de 2003. As exportações de carnes, responsáveis por 24,6% do aumento das vendas externas do agronegócio, alcançaram US$ 6,143 bilhões. Em 2003, foram exportados US$ 4,085 bilhões. Houve uma elevação de 26,8% no volume embarcado e de 15% nos preços. Cresceram as vendas de carne bovina in natura (+70%), industrializada (+39%), frango in natura (+45,8%), suína (41,3%) e peru (39,5%). As vendas de açúcar e álcool aumentaram 36,6%, para US$ 3,1 bilhões – foram US$ 497,7 milhões apenas em etanol, um forte crescimento de 215% sobre 2003. As exportações de trigo chegaram a US$ 207 milhões; milho, a US$ 597 milhões; algodão, a US$ 406 milhões; e café, a US$ 1,7 bilhão. Foram importados menos produtos lácteos (-19,8%), açúcar e álcool (-72,2%), fumo (-20%), cereais (-20,3%) e cacau (-38,1%). Destinos - A diversificação dos destinos continuou a caracterizar as exportações do agronegócio. Houve um aumento da participação de novos mercados, como Ásia, Oriente Médio e África. Juntas, essas regiões foram responsáveis por quase metade do incremento das receitas externas. As exportações cresceram para todos os principais blocos econômicos: Mercosul (+19,8%); Nafta, exceto México, (+19,1%); União Européia (+20,4%); Europa Oriental (+20,8%); Ásia (+38,6%); Oriente Médio (+33%); e África (+51,4%). Essas taxas alteraram a participação dos blocos no ranking de destinos das exportações. A União Européia continuou na liderança, absorvendo 34,4% das vendas totais do agronegócio. A participação da Ásia aumentou de 18,1% para 19,7%, superando o Nafta, cuja fatia caiu de 17,3% para 16,2%. Cresceram as participações do Oriente Médio (de 6,8% para 7,1%); da África (de 4,8% para 5,7%) e dos países da Aladi, exceto Mercosul (de 3,8% para 4,4%). Os principais países compradores de produtos do agronegócio brasileiro foram Estados Unidos (US$ 5,7 bilhões, +19,9%); Holanda (US$ 3,7 bilhões, +17,4%); China (US$ 2,9 bilhões, +31%); Alemanha (US$ 1,9 bilhão, +17,1%); Itália (US$ 1,6 bilhão, +27,8%); e Rússia (US$ 1,5 bilhão, +7,9%). |
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Boletim Informativo nº 848,
semana de 17 a 23 de janeiro de 2005 |
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