Fruticultura na expectativa
dos avanços de transgenia

Na reunião do dia 3, em Curitiba, a Comissão Técnica de Fruticultura da FAEP centralizou os debates na transgenia e na campanha de rotulagem e embalagem do setor. Os produtores assistiram a palestra da professora do Departamento de Fitotecnia da Faculdade de Agronomia da Universidade Federal de Pelotas (RS), Márcia Wulff Schuch (foto ao lado), com um relato dos estudos de organismos geneticamente modificados, desenvolvidos com o objetivo de obter frutas mais resistentes a fungos, bactérias, vírus e insetos.


   Tudo é muito recente e os resultados demoram. Cítricos, mamões, maçãs, bananas, laranjas e marmelo são os alvos. A professora informou que "os estudos não estão tão avançados porque temos que analisar todo o processo produtivo de uma fruta. E até que a planta cresça e dê frutos que possam ser analisados temos um período de demora de cinco a seis anos’’. Até este ano, a única fruta transgênica era um mamão desenvolvido no Havaí, comercializado para o Canadá.


   Conforme o jornal Folha de Londrina, a pesquisa brasileira ainda é incipiente devido a falta de interesse econômico da parte dos governos federal e estaduais, que não incentivam os trabalhos científicos. ‘’Apenas interessa investir em estudos de canola, trigo, algodão e soja transgênicos’’, analisou a professora.

Rotulagem e Embalagem – Iniciada em setembro e já na segunda etapa, a Campanha Estadual de Rotulagem e Embalagem tem por objetivo a qualidade dos produtos comercializados no Estado. O diretor- técnico da Ceasa, Manoel Lopes de 


Andrade Júnior (foto à direita), falou sobre o desenvolvimento da campanha. Até dezembro, foram promovidas 68 palestras e três cursos de formação de classificadores de fiscalização dos produtos embalados pela Ceasa do Paraná.

Os órgãos responsáveis pela verificação de peso, qualidade, rotulagem, higiene e sanidade de produto também vêm se articulando para dar andamento a campanha. O Instituto de Pesos e Medidas (Ipem) visitou 20 unidades de venda de frutas em Curitiba, Londrina, Cascavel, Maringá e Foz do Iguaçu, notificando 80 comerciantes por irregularidades no peso e inexistência de rótulos.

O Ministério da Agricultura notificou 38 comerciantes de Foz do Iguaçu por falta de qualidade do produto, enquanto a Vigilância Sanitária promoveu duas visitas de inspeção este ano.

Elisangeles de Souza, engenheira agrônoma do Departamento Técnico Econômico da FAEP, acompanha a produção no Estado. Em sua avaliação, as regiões que cultivam uva e que registraram maior avanço, em 2004, em questão de qualidade e apresentação de produto foram Marialva, Bandeirantes, Uraí e Rosário de Ivaí. No caso de maracujá, o destaque é Corumbataí do Sul, com a produção destinada para a indústria e consumo in natura. Já São José dos Pinhais destacou-se com moranguinho, também pelo item qualidade. "A fidelidade do cliente e a preferência do mercado são alguns dos resultados positivos alcançados com esse trabalho", diz Elis.


Boletim Informativo nº 846, semana de 13 a 19 de dezembro de 2004
FAEP - Federação da Agricultura do Estado do Paraná

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