Mulheres líderes participam
de encontro rural em Maringá


No encontro de mulheres foi destacada a participação
da produtora rural no crescimento do agronegócio

A expectativa era atrair 800 participantes, no entanto mais de mil compareceram ao Encontro de Produtoras Rurais realizado nesta sexta-feira, dia 26, em Maringá. Ocorrido no Centro de Eventos Araucária, o Encontro foi uma iniciativa do Núcleo dos Sindicatos Rurais do Norte e Noroeste do Paraná (Nurespar), com apoio da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), Cocamar Cooperativa Agroindustrial e Sicredi Maringá.

A programação teve início às 13h30 e constou de palestras sobre vários temas como a inserção da mulher no contexto do agronegócio, com o senador Osmar Dias, direito e cidadania da mulher, com Vera Lúcia Daller, previdência social rural, com Paula Rehder, construindo a auto-estima, com Cheila 

Albuquerque Schil, e uma apresentação teatral sobre o papel da mulher na sucessão familiar. O encerramento aconteceu às 18h, com um café colonial.


   Na solenidade de abertura, o presidente do Sindicato Rural de Maringá, Anníbal Bianchini da Rocha, destacou a participação feminina no processo de desbravamento regional. Em seguida, a produtora Ivonete Bastiani, responsável pela coordenação do evento, abordou a necessidade de a mulher rural estar mais presente nas decisões do agronegócio. O presidente da Cocamar, Luiz Lourenço, enfatizou que sua cooperativa valoriza cada vez mais a presença feminina nas reuniões técnicas, o que contribui para ajudar assim no gerenciamento da propriedade. Já o presidente da FAEP, Ágide Meneguette, destacou a importância da realização de eventos voltados ao público feminino.



   O presidente da FAEP, Ágide Meneguette, disse que "apesar de desempenharem papel relevante, as mulheres são quase anônimas, embora lhes caiba o trabalho pesado no sustento de suas famílias e, ao mesmo tempo, na produção". Isto acontece porque, em sua visão, a sociedade resiste em reconhecer o valor econômico e social da mulher. Portanto, persiste o preconceito. "Mas, as mulheres demonstram competência e, sobretudo, integridade e sensibilidade," observou.



   No sindicalismo paranaense, apenas duas mulheres ocupam cargo de presidente: Rosalina Harumi Hoshiro (Sindicato de Jataizinho) e Áurea Aparecida Perri da Silva (Sindicato Rural de Juranda). Muitas, entretanto, desempenham funções como diretoras. "As mulheres do meio rural precisam saber o que se passa na sua realidade e estar conscientes de que têm, no sistema sindical, instrumento poderoso para mudar essa realidade," disse Meneguette. Este ponto de vista foi também defendido pelos presidentes Luiz Lourenço (Cocamar) e Annibal Bianchini da Rocha (Sindicato Rural de Maringá).


   De acordo com Meneguette, a FAEP não distingue o sexo em suas ações, tal como no aprimoramento da produção agropecuária, através do Senar-PR. No programa Empreendedor Rural, promoção conjunta entre Senar e Sebrae do Paraná, 35% dos 8 mil participantes do programa são mulheres.


   O Senar, em conjunto com a indústria Dow AgroScience, em 1.490 cursos Família e Qualidade de Vida, que dissemina conceitos sobre, comunidade, saúde, higiene, alimentação e administração, proporcionou a participação de 37 mil mulheres do meio rural. "Afinal, elas são fundamentais para melhoria na eficiência do agronegócio," diz o presidente da FAEP.

Em seu pronunciamento, o senador Osmar Dias chamou atenção para o fato de os empresários rurais estão precisando, mais do que nunca, de apoio de suas esposas. "Não estamos dando conta sozinhos", frisou ele, referindo-se às invasões de


terras. "O agronegócio está sendo agredido duplamente, ou seja, por quem invade e também por que deixa de cumprir a reintegração de posse". Sobre isso, ele definiu como "desgraçadamente infeliz" a recente declaração do presidente do INCRA, de que o agronegócio é o responsável pela morte de sem-terras durante conflito em Minas Gerais. "Se o presidente Lula tivesse respeito pelo agronegócio, demitiria imediatamente esse presidente do INCRA", observou o senador, lembrando que o agronegócio deverá fechar o ano de 2004 com exportações da ordem de US$ 35 bilhões e importações de US$ 5 bilhões.

Para o senador, existe uma visão autoritária instalada no Governo paranaense, que, além de estimular invasões politicamente organizadas, também proíbe o direito de plantio de sementes transgênicas exclusivamente no Paraná, enquanto nos demais Estados este direito legal é cumprido. "Ora, não é possível que a Lei de Biossegurança, permitindo o plantio de transgênicos, não possa valer para o Paraná. Ela foi aprovada pelo Congresso Nacional por 53 votos a dois. No Paraná, quem planta transgênicos é tratado como bandido!" – denuncia.


Boletim Informativo nº 845, semana de 6 a 12 de dezembro de 2004
FAEP - Federação da Agricultura do Estado do Paraná

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