Comércio
do etanol tem A
economista Gilda M. Bozza e a agrônoma Maria Sílvia Digiovani |
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Fontes renováveis
O Brasil e os Estados Unidos buscam alternativas de fontes energéticas com o objetivo de reduzir as importações de petróleo e derivados. Por outro lado, a busca de mudanças na matriz energética decorre após as crises do petróleo e dos preços crescentes. A maior atenção ao fator meio ambiente contribui também para o desenvolvimento e implantação de fontes renováveis de energia. As projeções da New York Board of Trade (NYBOT) referentes ao comércio mundial de etanol (atualmente em torno de 30 bilhões litros/ano) sinalizam um ritmo acelerado de crescimento no emprego de etanol, de acordo com dados da tabela apresentada abaixo. Pela primeira vez a Lei Agrícola norte-americana (2002-2007) incluiu recursos para energia e combustíveis renováveis e destinou US$ 405 milhões para o setor. A lei também garantiu fundos para o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) continuar o programa que paga fornecedores de bioenergia pela compra de produtos agrícolas para expandir a produção de biodiesel e de etanol. No entendimento do governo norte-americano a energia renovável será fundamental para a política energética dos Estados Unidos no futuro, além de ser uma "ferramenta econômica importante para a América rural". A grande expansão deverá ocorrer na utilização do álcool combustível. O mercado norte-americano busca a segurança energética. Os Estados Unidos produzem álcool carburante a partir do milho, que tem um custo superior ao da cana-de-açúcar, conforme tabela a seguir. CUSTOS DE PRODUÇÃO ÁLCOOL
Entre 18% a 25% da produção norte-americana de milho é canalizada para a produção de etanol. A produção de etanol, uma das fontes renováveis, vem crescendo a ritmo intenso nos EUA aproximando-se bastante da produção brasileira de álcool. ÁLCOOL
A produção norte-americana de etanol atingiu em 2003 o volume de 13 bilhões de litros. Existem em funcionamento 58 usinas (em 2004 foram implantadas 16 unidades) com previsão de instalação de 12 novas unidades em 2005, totalizando 70 unidades. O Brasil é o maior produtor mundial de álcool para fins combustíveis, com produção estimada de 16 bilhões de litros/ano e exporta em torno de 15% de sua produção (2,2 bilhões de litros). Os Estados Unidos possuem subsídio que beneficia o etanol doméstico e o importado, e também um imposto de importação que anula o efeito do subsídio para o álcool importado. Através desse regime, o álcool de milho dos EUA, embora com custo significativamente maior que o álcool brasileiro, torna-se mais competitivo. Existem países em que o uso do álcool está avançado, tais como Brasil, EUA, Austrália, Tailândia, China, África do Sul, Suécia e Índia. Os países entrantes são: Japão, México, Guatemala, Alemanha, Colômbia, Coréia do Sul, Canadá e Inglaterra. Os produtores norte-americanos têm desconto concedido pelo governo quando utilizam etanol ou biodiesel. O biodiesel tem como características principais a emissão de até 80% menos gás carbônico, não produz substâncias responsáveis pela chuva ácida. Atualmente empregam entre 2% a 5% de óleo de soja misturado com diesel, podendo chegar até 20% na mistura. Na região visitada o biodiesel é mais utilizado em ônibus e caminhões. O sistema "flex-fuel" (carro flexível a combustível) permite uma fácil homogeneização de qualquer mistura, ajustando rapidamente o motor do veículo às características do combustível. A tecnologia flex fuel possibilita que um automóvel opere 100% a álcool, 100% a gasolina ou ainda uma mistura em quaisquer proporções de álcool e gasolina. A decisão da utilização de mistura é do proprietário do veículo, sendo feita nas postos de gasolina. Gilda M.
Bozza / Maria Sílvia Digiovani |
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Boletim Informativo nº 845,
semana de 6 a 12 de dezembro de 2004 |
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