Receitas
com exportações |
O Brasil duplicou o volume das receitas obtidas com exportações de lácteos este ano na comparação com 2003, considerando o resultado acumulado entre janeiro e outubro. Nos dez primeiros meses de 2004, o setor gerou divisas de US$ 68,6 milhões, 102,5% a mais que os U$ 33,9 milhões registrados em igual período do ano passado. Em volume, as exportações de lácteos somaram o equivalente a 50,3 mil toneladas, 61,7% a mais que as 31,1 mil toneladas remetidas ao Exterior entre janeiro e outubro do ano passado. O presidente da Comissão Nacional da Pecuária de Leite (CNPL) da CNA, Rodrigo Alvim, argumenta que mais positivo que o aumento das exportações é a forte redução do déficit na balança comercial de lácteos. Nos dez primeiros meses deste ano, o saldo na balança do setor indica saldo negativo de US$ 955,3 mil (diferença entre US$ 68,6 milhões de exportações e US$ 69,6 milhões de importações), valor que representa apenas 1,55% do déficit de US$ 61,7 milhões registrado entre janeiro e outubro do ano passado. Com base nos resultados acumulados nos primeiros dez meses de 2004, Alvim estima que ao final do ano o Brasil poderá ter a balança de lácteos superavitária, ou seja, com faturamento de exportações maior que o de importações. No ano passado, a balança comercial de lácteos teve saldo negativo de US$ 63,8 milhões. Segundo explica Alvim, o Brasil está ampliando, mês a mês, o fôlego exportador e reduzindo as importações de lácteos. Dados referentes exclusivamente a outubro indicam remessas de 8,7 mil toneladas, gerando receitas de US$ 11 milhões; enquanto que as exportações somaram 4,8 mil toneladas, com despesas de US$ 8 milhões. O resultado foi um superávit de US$ 3 milhões na balança comercial de lácteos do mês passado. O principal item da pauta de exportações do setor lácteos no mês passado foi leite em pó, com remessas que somaram US$ 5,3 milhões. Os principais compradores foram Argélia, Venezuela e Chile. Leite condensado foi o segundo principal produto exportado na pauta de lácteos, gerando receitas de US$ 3,8 milhões. Juntos, leite em pó e leite condensado representaram exportações de US$ 9,1 milhões, ou seja, mais de 80 % do total de lácteos exportados. Segundo explica Alvim, o Brasil tem atualmente competitividade frente a outros fortes produtores, como Austrália, Nova Zelândia e países da União Européia. Além disso, diz o presidente da CNPL/CNA, o País também está sendo beneficiado pela tendência de manutenção de preços elevados dos lácteos no mercado internacional, o que facilita as exportações e inibe importações. Para manter a competitividade do setor lácteo nacional e garantir que o Brasil deixará de ser um forte importador nessa área e passe a ser efetivamente um exportador de lácteos é necessário adotar uma série de medidas de estímulo à atividade, alerta o presidente da CNPL/CNA. Com esse objetivo, Alvim, na condição de presidente da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Leite e Derivados do Conselho do Agronegócio (Consagro), entregou ao ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Roberto Rodrigues, o estudo "Leite e Derivados: A Construção do Futuro", contendo sugestões de ações para fortalecer o setor lácteo, que envolvem medidas nas áreas de negociações internacionais, defesa comercial e promoção das exportações. Conforme explica Alvim, é preciso que os negociadores brasileiros sejam sensibilizados para que incluam em suas pautas de discussões os produtos lácteos, buscando acabar com as barreiras às exportações, ampliar o acesso a mercados e lutar contra subsídios às exportações concedidas por outros países, como ocorre na União Européia. "Os representantes do Governo que participam dessas negociações só poderão desempenhar um bom papel se estiverem convencidos da importância que têm reformas em regras do comércio mundial para a atividade leiteira do Brasil", diz Alvim. |
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Boletim Informativo nº 843,
semana de 22 a 28 de novembro de 2004 |
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