Fome Zero |
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MST
cobra pedágio de R$ 20 |
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Leia trecho da reportagem a seguir: "PRESIDENTE EPITÁCIO - O Movimento dos Sem-Terra (MST) cobra taxas dos acampados no Pontal do Paranapanema (SP). No Jahir Ribeiro, eles têm de pagar R$ 20 para receber a cesta básica do programa Fome Zero. Essa cobrança é irregular, segundo o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). O coordenador Valmir Ulisses Sebastião nega que as cestas sejam cobradas, dizendo que os acampados dividem os custos de frete. Segundo o líder Edi Ronan Ribeiro, R$ 15 são de frete e R$ 5 de contribuição para gastos gerais do acampamento. Ele disse que cabe ao Instituto de Terras do Estado de São Paulo (Itesp) retirar as cestas no depósito da Conab. "Como não fazem, temos de ir buscar." O Itesp nega ter essa atribuição. O dinheiro é pago na entrega da senha que permite ao portador pegar a cesta. Segundo o coordenador, o transporte da Conab, em Bauru, até o acampamento custa em torno de R$ 3 mil, mas não são todos que pagam. "O cadastrado que mora no acampamento e não tem condições, não paga." Andorinhas - Além da taxa, o MST substitui acampados desistentes por moradores da cidade no cadastro de cestas básicas, o que também é irregular. "Era para ser só dos acampados, mas quem leva a maioria são os andorinhas", acusou José Roberto Silva dos Santos, do Jahir Ribeiro, referindo-se ao apelido de quem não mora no acampamento. "Aqui, metade é andorinha", disse José Roberto, apontando a fila para a entrega de cerca de 300 cestas, há uma semana. "Você está falando abobrinha", repreendeu o coordenador Gilberto Mota de Jesus, que tentava calá-lo. A chegada das 300 cestas agitou o acampamento. A rodovia encheu-se de carros, motos, bicicletas e pessoas impacientes, algumas bem vestidas. Iraci Lisboa Martim de Siqueira é uma das chamadas andorinhas. Paga os R$ 20, exibe a senha e coloca a cesta no porta-malas de um Monza. O carro segue na direção da cidade. Ronan disse que cadastrar pessoas que não moram no acampamento é prática aceita oficialmente. "O Incra considera acampada a pessoa que dorme no acampamento pelo menos três dias na semana", afirmou. "De qualquer maneira, estamos reestruturando o acampamento e cortando andorinhas. Eles perderão o direito à cesta."
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Boletim Informativo nº 843,
semana de 22 a 28 de novembro de 2004 |
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