Índios
de Palmas invadem |
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"Além de quebrarem toda a mobília de minha casa, os índios roubaram roupas, eletrodomésticos e mataram animais. Agora estou morando na casa do meu genro", desabafa Fortunati |
Cinco propriedades agropecuárias de Palmas, na rodovia PR-280, divisa do Paraná com Santa Catarina, foram invadidas por índios da reserva caingangue no começo do mês. A invasão ocorreu em duas fases, entre o feriado de Finados e dia 5 último. As propriedades são vizinhas da área indígena. O Sindicato Rural de Palmas denunciou o ocorrido aos Governos Federal e do Paraná, pedindo medidas à Polícia Federal, à Funai e ao Ministério da Defesa, para reverter a situação. O presidente do sindicato, José Antônio Bueno, aguarda que a Justiça aprecie os pedidos, emita e determine o cumprimento de ordens de reintegração de posse das áreas tomadas. As invasões foram promovidas por cerca de 300 indígenas, que tiveram a ajuda de homens das nações guarani de Chapecó (Santa Catarina) e |
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caingangue da reserva de Mangueirinha (PR). A alegação é que as terras originalmente pertenceriam à reserva indígena. Da primeira vez, em 2 de novembro, os indígenas tomaram duas áreas, a Fazenda Cruzeiro, de Valentin Fortunati, e a área pertencente a Jackson Orling de Oliveira, com 10 e 30 alqueires respectivamente. Os proprietários contam que houve depredação do patrimônio, abate de animais e violência moral. "Além de quebrarem toda a mobília de minha casa, os índios roubaram roupas, eletrodomésticos e mataram animais. Agora estou morando na casa do meu genro", desabafa Fortunati. Um cofre de 200 kg dos vizinhos também desapareceu. Os proprietários recorreram à polícia, que apenas os orientou a recorrer a outras esferas do sistema de segurança. Valentin teve que negociar a retirada do gado remanescente, entre os quais machucados e com marcas de tiros dos invasores. Na sexta-feira, dia 5, indígenas de outras localidades se deslocaram até a área ocupada e invadiram mais três propriedades que faziam parte da antiga fazenda Invernadinha, hoje conhecida como Santa Maria, dos produtores Enéia Vaccari, Maria de Lurdes Anater e Renato Vargas Gregório, este último no momento em que preparava-se para colher 100 hectares de aveia. Gregório teme a perda desta produção. Embora tenha estado no local, a Policia Federal entrou em contato apenas com os indígenas, sem ouvir os proprietários. As vias secundárias da PR 280, de acesso às propriedades e ligação entre Palmas (PR) e Abelardo Luz (SC), permanecem bloqueadas pelos invasores. Nem mesmo a imprensa teve possibilidade de entrar na região ocupada. "São necessárias medidas imediatas que restabeleçam a ordem na região", pede o presidente do sindicato rural.
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Boletim Informativo nº 842,
semana de 15 a 21 de novembro de 2004 |
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